As incertezas criadas pela pandemia que se agravou nos últimos tempos em Portugal levaram ao adiamentos das estreias de alguns filmes nacionais.

Liliana Teixeira Lopes

As restrições impostas pelo Governo e a incerteza sobre a evolução da covid-19 levaram pelo menos dois distribuidores a adiarem para 2021 as estreias de alguns filmes portugueses, entre eles “Bem Bom”, “Sombra” e “Amadeo”.

O filme “Bem Bom”, de Patrícia Sequeira, sobre o grupo feminino de música Doce, que fez sucesso nos anos 1980, era uma das apostas cinematográficas da distribuidora Cinemundo para este ano, mas os planos foram alterados por causa da covid-19, com a estreia adiada para 2021, tal como revelou o jornal Público.

À agência Lusa, Nuno Gonçalves, da Cinemundo, afirmou que não arrisca uma data concreta de estreia do filme, mas previsivelmente não será antes de março.

Neste momento, com dever de recolher domiciliário, obrigando à supressão de sessões ou ao encerramento das salas de cinema, a palavra é prudência na gestão dos filmes, enquanto se aguarda a evolução da pandemia.

Questionado sobre a hipótese de fazer a estreia de filmes numa plataforma de streaming, Nuno Gonçalves rejeitou a possibilidade: “Isso é ajudar a matar o negócio”.

No caso da distribuidora NOS Audiovisuais, líder do mercado, alguns dos filmes portugueses programados para este ano foram adiados para 2021, e praticamente sem arriscarem uma nova data.

No caso desta distribuidora, tinha sido anunciado em junho um plano de estreias de filmes portugueses até ao final do ano, mas pelo menos três foram adiados: “Amadeo”, de Vicente Alves do Ó, “O som que desce da terra”, de Sérgio Graciano, e “Sombra”, de Bruno Gascon.

Fora deste plano, revelado em junho, ficou “Listen”, o premiado filme de Ana Rocha de Sousa, cuja estreia estava prevista para 2021, mas foi antecipada para outubro, capitalizando os prémios ganhos em setembro, no festival de cinema de Veneza.

Ainda que com uma reduzida presença de espetadores em sala, “Listen” colocou-se no topo dos filmes portugueses mais vistos este ano, com 29.260 entradas, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual, contabilizados até 11 de novembro.