Liliana Teixeira Lopes

O Queer Lisboa regressa este ano para a edição que celebra o seu 25º aniversário e que acontece entre 17 e 25 de setembro no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.

Um dos destaques da próxima edição é a parceria com a BoCA Bienal, com o Teatro Nacional D. Maria II, e com a Cinemateca Portuguesa, na homenagem à obra de Gus Van Sant. A convite da BoCA, o cineasta e artista plástico cria o seu primeiro musical de palco, inspirado no universo criativo da Factory de Andy Warhol, em colaboração com músicos e performers portugueses.

No contexto da sua visita, o Queer Lisboa organiza ainda uma retrospetiva que pretende dar a conhecer as várias facetas da sua obra.

Os filmes exibidos serão “Mala Noche” (1985), que, segundo o Queer Lisboa, é quase unanimemente considerado o título inaugural do chamado New Queer Cinema, que abre caminho a obras de realizadores como Todd Haynes, Laurie Lynd, Tom Kalin, Jennie Livingston, Isaac Julien ou Derek Jarman.

Em 1991, Van Sant estreia no Festival de Cinema de Veneza, “My Own Private Idaho”, uma incursão no universo da prostituição masculina, com River Phoenix e Keanu Reeves.

Segunda parte da sua Trilogia da Morte e fortemente inspirado no massacre do liceu de Columbine de 1999, em 2003 estreia-se “Elephant”, no Festival de Cannes. Protagonizado por Sean Penn, em 2008, Van Sant estreia Milk, o magnífico biopic sobre o ativista e político Harvey Milk, assassinado em 1978 pelo seu colega do Município de São Francisco, Dan White.

A retrospetiva termina com os sete episódios de “Ouverture of Something That Never Ended”, uma encomenda da casa italiana Gucci, e corealizado com o seu diretor artístico, Alessandro Michele.

De forma a assinalar a sua estreia na encenação, o Queer Lisboa propôs ainda a Gus Van Sant uma “carta branca”, tendo o realizador escolhido a longa-metragem “Batman Dracula”, filme de 1964, de Andy Warhol, com o icónico performer queer underground Jack Smith no papel de Drácula; assim como o documentário de 2006 de Ric Burns, Andy Warhol: A Documentary Film, narrado por Laurie Anderson, ambos exibidos na Cinemateca Portuguesa, onde o realizador vai também estar presente para uma conversa com o público.

No ano em que celebra o seu 25º aniversário, o Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer, lança também um projeto de itinerância.

http://queerlisboa.pt/