Duas novidades, em português, passam a fazer parte do cartaz cinematográfico.

Liliana Teixeira Lopes

O mais recente filme de Joaquim Pinto e Nuno Leonel, “Pathos Ethos Logos” é uma das novidades nos cinemas esta semana.

Uma trilogia que decorre em 2017, 2028 e 2037. Três mulheres de diferentes gerações e origens, cujos caminhos se cruzam, nas suas tentativas de existir plenamente. Fragmentos de histórias que recuperam experiências e eventos da vida real para o núcleo de cada personagem.

A terra, a vida e a morte. Indiferença e afeição, abandono, fé. A palavra e o silêncio, luz e sombras, a infindável sobrevivência, a incapacidade de amar.

Outra novidade é o filme biográfico sobre Salgueiro Maia, que chega agora aos cinemas nacionais, é “uma tentativa de reposição de justiça” sobre “o único herói do século XX português”, disse à agência Lusa o biógrafo, António Sousa Duarte.

“Salgueiro Maia – O Implicado”, com realização de Sérgio Graciano, é uma produção da Sky Dreams, de José Francisco Gandarez, a partir de uma ideia do antigo jornalista e empresário António Sousa Duarte, segundo o qual estão em curso planos para fazer também ‘biopics’ sobre Mário Soares, Álvaro Cunhal e Ramalho Eanes.

O filme, que assenta na biografia “Salgueiro Maia – Um homem da Liberdade”, “pretende que seja um contributo para o alerta” sobre a importância do antigo capitão de Abril para a história recente de Portugal.

“Salgueiro Maia – O Implicado” tem argumento de João Lacerda Matos e é protagonizado por Tomás Alves, no papel do capitão de 29 anos, que comandou a coluna militar que, partindo da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, ocupou a Praça do Comércio e cercou o Quartel do Carmo, em Lisboa, levou à rendição do então presidente do Conselho, Marcello Caetano, e à definitiva queda da ditadura do Estado Novo.

Para o biógrafo, este é um filme para todos os públicos e haverá um plano de exibição que o inclua no contexto escolar.

“Os adolescentes têm de saber qual o preço da liberdade e da democracia, os jovens têm de saber o que é a vantagem de não ir à guerra, os rapazes e as raparigas que estão na faculdade têm de saber que era difícil o acesso à universidade”, disse António Sousa Duarte.

A produção do filme foi afetada pela pandemia da covid-19, e deveria ter-se estreado mais cedo, mas o adiamento levou a que coincidisse agora com os 30 anos da morte de Salgueiro Maia e esteja incluído nas celebrações dos 50 anos da “Revolução dos Cravos”.

Além de chegar aos cinemas, o filme de Sérgio Graciano dará ainda origem a uma série de quatro episódios a exibir ainda este ano na RTP.