Uma história de uma vida, de algum modo, desperdiçada e outra, de redenção e renovação, são os temas de dois dos filmes que chegam agora às salas.

Liliana Teixeira Lopes

O mais recente filme de André Gil Mata, “Sob a Chama da Candeia”, chega esta semana às salas de cinema.

Aqui, somos levados ao Norte de Portugal. Encontramos uma casa de azulejos verdes, um jardim, uma magnólia. Quartos cheios de objectos de vidas passadas. Traços do tempo, gestos e afectos.

Alzira nasceu, viveu e morreu ali e foi filha, mãe e avó. Foi ali que brincou em criança, aprendeu piano, e dedicou-se a um marido austero. Foi ali também que viveu todos estes anos com Beatriz, a empregada, ao ponto de hoje já não a suportar.

Na noite da sua vida, Alzira, libertada pela morte do marido, toma pela primeira vez uma decisão que só a ela pertence.

Nos papeis principais de “Sob a Chama da Candeia” estão Márcia Breia, Eva Ras e Catarina Carvalho Gomes.

Outra das novidades nos cinemas nacionais é “Cão Preto”, um drama assinado por Guan Hu.

Este filme aborda um acontecimento que teve lugar na China pouco antes dos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, quando o governo chinês decidiu limpar a cidade dos cães vadios.

Contratava pessoas para caçá-los.

Lang é um deles. Depois de dez anos na prisão, regressa à sua cidade natal no noroeste da China, agora quase abandonada e prestes a ser arrasada para dar lugar a um complexo de fábricas e só encontra trabalho na caça aos cães vadios.

Um cão preto e perigoso, com uma alta recompensa de captura, morde Lang e os dois acabam por ficar isolados para evitar a propagação do vírus da raiva. Entre eles acaba, também, por se desenvolver uma amizade.

Através do retrato profundamente sincero da relação entre o homem e o animal, o filme “Cão Preto” conta uma história de redenção e renovação.