O Festival Internacional de Cinema de Cannes terminou no domingo.
O cineasta e dissidente iraniano Jafar Panahi foi galardoado com a Palma de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Cannes pelo filme “Um Simples Acidente”, rodado em segredo, anunciou a organização.
O cineasta, de 64 anos, conseguiu deslocar-se a Cannes pela primeira vez, em 15 anos, para receber o seu prémio, entregue pela atriz Juliette Binoche, que presidiu ao júri.
“Um Simples Acidente” é um ‘thriller’ moral que examina o dilema de antigos detidos tentados a vingar-se do seu torturador, num ataque direto à arbitrariedade das forças de segurança. O filme é também uma reflexão sobre a justiça e a vingança perante a arbitrariedade.
Por seu lado, o ator brasileiro Wagner Moura conquistou o prémio de melhor ator no Festival Internacional de Cinema de Cannes pelo papel de homem perseguido em “O Agente Secreto”, do compatriota Kleber Mendonça Filho.
A longa-metragem “O agente secreto”, de Kleber Mendonça Filho, conquistou também um prémio fora da competição oficial, considerado o melhor do festival pelo júri da crítica da Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema).
A atriz Cleo Diára foi distinguida com o prémio de Melhor Atriz na secção Un Certain Regard do Festival de Cinema de Cannes, pela sua interpretação em “O Riso e a Faca”, a mais recente longa-metragem de Pedro Pinho.
Também a coprodução “Era uma vez em Gaza” teve direito ao prémio de Melhor Realização para os palestinianos Arab e Tarzan Nasser.
Mas o prémio Un Certain Regard foi para “La misteriosa mirada del flamenco”, do chileno Diego Céspedes, uma história queer com um toque de western protagonizada por atores trangénero, que se passa numa pequena cidade mineira no norte do país, na década de 1980, quando um novo vírus chamado SIDA começa a fazer estragos.
O Prémio do Júri também ficou na América do Sul: “Un Poeta”, do colombiano Simón Mesa Soto, sobre um poeta envelhecido que se torna o mentor de uma adolescente talentosa.
Mas nem só de humanos se fez o festival de cinema de Cannes e, na sexta-feira, foi atribuído o “Palm Dog”, um prémio atribuído anualmente pelos críticos internacionais à melhor atuação canina.
Este ano a felizarda foi uma cadela pastor islandês chamada Panda, que participou no filme “The Love That Remains”, do realizador islandês Hlynur Pálmason, conta a Associated Press.
O filme tragicómico de Pálmason, que estreou em Cannes fora da competição, acompanha cinco personagens – incluindo Panda (que mantém o seu nome no filme) – ao longo de um ano após o fim de um casamento.
Embora Panda não tenha podido estar presente para receber o prémio, um cãozinho local, sósia dela, estava presente para receber a cobiçada coleira, juntamente com um dos produtores humanos do filme. No entanto, a vencedora não deixou de fazer um vídeo de agradecimento, filmado pelo seu dono o próprio realizador Hlynur Pálmason, durante uma viagem de carro pela Islândia.
https://www.festival-cannes.com/en/2025/meet-the-78th-festival-de-cannes-winners/
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes