O célebre compositor argentino criou várias bandas sonoras para televisão e cinema.

Morreu Lalo Schifrin, a mente brilhante por detrás do icónico tema de “Missão Impossível”. Morreu na quinta-feira, aos 93 anos, não tendo resistido a complicações associadas a uma pneumonia, de acordo com os filhos William e Ryan e avançado pela revista Variety.

Ao longo da sua carreira, o célebre compositor argentino criou várias bandas sonoras para televisão e cinema. Em 2018, recebeu um Óscar honorário em reconhecimento pelo conjunto da sua obra.

Destaca-se especialmente o tema de abertura da série de espionagem Missão Impossível, transmitida entre 1966 e 1973. Mais tarde, o tema foi reaproveitado na saga de filmes com o mesmo nome, protagonizada por Tom Cruise, que começou em 1996.

Schifrin, também pianista de jazz e maestro clássico, teve uma carreira notável na música que incluiu trabalhar com Dizzy Gillespie e gravar com Count Basie e Sarah Vaughan, no entanto, talvez a sua maior contribuição tenha sido a partitura instantaneamente reconhecível da série televisiva “Missão: Impossível”, que alimentou a saga de longas-metragens que durou décadas, liderada por Tom Cruise.

“O produtor ligou-me e disse-me: ‘Vais ter de escrever algo excitante, quase como um logótipo, algo que será uma assinatura, e vai começar com um rastilho'”, explicou Schifrin à agência de notícias Associated Press (AP), em 2006.

Este mesmo tema valeu a Lalo Schifrin dois dos seus cinco Grammy e três das suas quatro indicações ao Emmy. Em 2017, o tema foi inscrito no Grammy Hall of Fame.

Esteve ainda nomeado seis vezes ao Óscar, incluindo indicações para as bandas sonoras de “Cool Hand Luke” (1967), “The Fox” (1968), “Voyage of the Damned” (1976), “The Amityville Horror” (1979) e “The Sting II” (1983), além de uma indicação para Melhor Canção Original por “The Competition” (1980).

Em 2018, o argentino recebeu um Óscar honorário das mãos do próprio realizador Clint Eastwood para quem compôs oito bandas sonoras, especialmente nas décadas de 1970 e 1980, que incluem “Dirty Harry” (1971), “Magnum Force” (1973), “High Plains Drifter” (1973) e “The Eiger Sanction” (1975).

“Cada filme tem a sua própria personalidade. Não há regras para escrever música para filmes”, disse Lalo Schifrin à Associated Press nesse mesmo ano.

Ao receber o prémio disse ainda: “Receber este Óscar honorário é o culminar de um sonho, é uma missão cumprida”.

Fonte: Lusa / SAPO Mag

Liliana Teixeira Lopes