Liliana Teixeira Lopes
O primeiro filme a solo de João Miller Guerra, “Complô”, estreia nos cinemas esta semana.
O realizador revela neste documentário quem é o rapper crioulo e ativista político Bruno Furtado, conhecido como Ghoya. O filme acompanha a gravação do álbum de Ghoya, ao mesmo tempo que conta a sua história de vida, espelhada na dureza das suas letras.
Ghoya, MC de Rap Crioulo, é filho de imigrantes, e essa inevitabilidade fez dele também um imigrante, alguém a quem foi “negado à nascença o direito de ser e se sentir português”. O filme segue os seus passos, a sua música, a sua voz, o percurso de “(…) alguém que viveu em bairros que foram sendo consecutivamente demolidos, fruto de ‘programas especiais de requalificação’.

Com um longo passado em estabelecimentos prisionais, Ghoya sabe que a prisão começa no bairro onde se nasce. Este filme e a falta de outros é prova disso.”
“Complô” teve estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille). Em outubro, deste ano, foi exibido no Doclisboa, onde recebeu uma Menção Honrosa.
Realizador, montador e artista visual, com formação em Design e uma pós-graduação em Pintura, João Miller Guerra nasceu em Lisboa, cidade onde vive e trabalha. O seu percurso profissional está ligado às artes visuais. Formou-se em Design de Equipamento pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa e completou a sua formação académica em Pintura e Artes Plásticas na Ar.Co.

Entre 2014 e 2021 foi sócio da produtora de cinema e televisão Uma Pedra no Sapato/Vende-se Filmes.
Ao lado da realizadora e produtora, Filipa Reis, realizou mais de uma dezena de documentários. Do percurso da dupla destacam-se a primeira longa-metragem, “Djon África”, em 2018, e “Légua”, em 2023, que estreou na Quinzena dos Cineastas de Cannes.
Complô é, então, o primeiro filme que assina a solo.

