Quentin Tarantino elegeu “Cercados” (2001), de Ridley Scott, como o melhor filme do século XXI, mas a escolha podia ter sido “Haverá Sangue” (2007), se não fosse a presença no elenco de Paul Dano.
As críticas arrasadoras ao ator na longa-metragem de Paul Thomas Anderson estão a dar que falar nas redes sociais, mas também já foram contestadas num artigo de opinião no jornal britânico The Guardian, depois do cineasta ter revelado o seu Top 20 dos melhores filmes deste século ao longo de duas partes da sua participação no podcast do escritor Bret Easton Ellis.
O realizador resolveu fazer este top, escolhendo apenas um filme de cada realizador e sem a presença dos seus próprios filmes.
“Toy Story 3”, de Lee Unkrich surge no 2º lugar – uma escolha surpreendente mas justificada por Tarantino por ser “o melhor fim possível para uma trilogia” -, seguido no terceiro por “Lost in Translation – O Amor é um Lugar Estranho”, de Sofia Coppola. “Dunkirk”, de Christopher Nolan (4º), “Haverá Sangue” (5º), “Zodiac”, de David Fincher (6º), “Imparável”, de Tony Scott (7º), “Mad Max: Estrada da Fúria”, de George Miller (8º), “Zombies Party – Uma Noite… de Morte”, de Edgar Wright (9º) e “Meia-Noite em Paris”, de Woody Allen 10º) juntaram-se aos anteriormente anunciados “Battle Royale”, de Kinji Fukasaku (11º), “Mi Mefakhed Mehaze’ev Hara/Big Bad Wolves”, de Aharon Keshales e Navot Papushado (12º), “Jackass: O Filme”, de Jeff Tremaine (13º), “Escola do Rock”, de Richard Linklater (14º), “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson (15º), “Os Renegados do Diabo”, de Rob Zombie (16º), “Chocolate”, de Prachya Pinkaew (17º), “Moneyball”, de Bennett Miller (18º), “A Cabana do Medo”, de Eli Roth (19º) e “West Side Story”, de Steven Spielberg (20º).
“Cercados” (2001), de Ridley Scott lidera este top. Com um vasto elenco onde se destacam nomes como Josh Hartnett, Eric Bana, Ewan McGregor, Tom Sizemore, William Fichtner e Sam Shepard, “Cercados” retrata a operação militar de 1992 de 100 soldados norte-americanos de elite na Somália para capturar dois tenentes de um senhor da guerra renegado que se transforma numa desesperada batalha pela sobrevivência contra uma fortemente armada força Somali. Ridley Scott foi nomeado para o Óscar de Melhor Realização.
Tarantino falou de todos os filmes, destacando sobre a sua primeira escolha: “Gostei quando o vi pela primeira vez, mas acho que foi tão intenso que acabou por não funcionar comigo, e não o acolhi como devia. Desde então, já o vi algumas vezes, não muitas, mas acho que é uma obra-prima, e uma das coisas que mais adoro nele é que […] este é o único filme que realmente procura um propósito, efeito visual e sentimento como ‘Apocalypse Now’, e acho que consegue. Mantém a intensidade durante duas horas e 45 minutos, ou o tempo que for, e voltei a vê-lo recentemente, o meu coração estava acelerado durante toda a duração do filme; prendeu-me e não me largou em nenhum momento, e já não o via há algum tempo. A proeza da realização é extraordinária.”
Fonte: SAPO
Liliana Teixeira Lopes

