Liliana Teixeira Lopes
“O Riso e a Faca”, do realizador português Pedro Pinho, foi um dos melhores filmes de 2025, segundo o balanço da lendária Cahiers du Cinéma.
Presente na secção “Un Certain Regard” do Festival de Cinema de Cannes em maio, onde Cleo Diára ganhou mesmo o prémio de Melhor Atriz, o filme ficou em 5º lugar no Top 10 das escolhas dos mais de 30 críticos da prestigiada e influente revista de cinema francesa.
Lançado nos cinemas portugueses a 30 de outubro e visto por apenas 1.729 espetadores até 3 de dezembro, a história acompanha “Sérgio, um engenheiro ambiental que viaja para “uma metrópole da África Ocidental”, para trabalhar numa organização não-governamental e ajudar a decidir sobre a construção de uma estrada entre o deserto e a selva”, lê-se na sinopse das produtoras Uma Pedra no Sapato e Terratreme Filmes.
Enquanto se ambienta a um novo território, Sérgio “envolve-se numa relação íntima, mas desequilibrada com dois habitantes da cidade, Diara e Gui. À medida que se adentra nas dinâmicas neocoloniais da comunidade de expatriados, esse laço frágil torna-se o seu único refúgio perante a solidão ou a barbárie”.
Rodado em África, o filme conta ainda com Sérgio Coragem e Jonathan Guilherme nos principais papéis.
Fundada por Andre Bazin e onde escreveram talentos decisivos da história do cinema como François Truffaut, Jean-Luc Godard, Jacques Rivette e Olivier Assayas, a Cahiers du Cinéma volta a privilegiar produções do circuito alternativo e é imune à temporada de prémios e grandes produções de Hollywood.
Para a revista, o melhor filme de 2025 foi “Tardes de Solidão”, um documentário de Albert Serra sobre o toureiro peruano Andrés Roca Rey que estreou em Portugal a 29 de maio. Trata-se da segunda vez que o cineasta espanhol lidera a lista, depois do ‘thriller’ “Pacifiction” em 2022.
“Batalha Atrás de Batalha”, do norte-americano Paul Thomas Anderson, ficou em segundo lugar.

