A edição deste ano decorre de 25 a 28 de julho e vai refletir sobre fronteiras.
Liliana Teixeira Lopes
A 12ª edição do Arquiteturas Film Festival, no Porto, vai dedicar-se de 25 a 28 de junho a refletir sobre fronteiras, com filmes de 14 países e um foco especial sobre o Bairro do Aleixo.
O festival decorre durante quatro dias e inclui, ao todo, 18 filmes em três secções, além de debates, instalações artísticas, uma oficina e caminhadas urbanas, mantendo a toada de promover “um diálogo multidisciplinar entre o cinema, a arquitetura e as práticas espaciais”, como se pode ler no texto de apresentação.
Atualmente organizado pelo Instituto, um centro cultural no Porto, o evento debruça-se desta vez sobre “como as fronteiras (físicas e simbólicas) moldam o ambiente construído, influenciam o quotidiano, e as dinâmicas coletivas”.
A maior parte dos filmes são apresentados no Batalha – Centro de Cinema, com sessões também na Casa Comum da Universidade do Porto, estas últimas dedicadas ao Aleixo e de entrada gratuita.
A sessão de abertura, no Batalha pelas 19h15 de 25 de junho, apresenta “Mother City”, filme sul-africano de 2024 em que Miki Redelinghuys e Pearlie Joubert exploram a relação da Cidade do Cabo com o apartheid e a luta pela habitação digna e acessível.
No programa oficial, com 14 filmes ao todo, dominam as fronteiras e as pessoas que se mexem por elas, com “The Strong Man of Bureng”, obra de 2023 do italiano Mauro Bucci, uma exploração sobre cercas de jardim por Yana Osman, nascida na Ucrânia, criada na Rússia e com ascendência afegã, em “Twin Fences”.
Quanto à criação nacional, há a curta-metragem “Maio”, de Claudio Carbone, que acompanha uma das últimas moradoras no bairro auto-construído 6 de maio, na Amadora, e “Outra Ilha”, um “mosaico” de uma comunidade oriunda de Cabo Verde a viver em Sines, no Bairro Amílcar Cabral, realizado por Eduardo Saraiva Pereira.
Já a arc en rêve centre d’architecture, de Bordéus, é a instituição convidada para esta edição, trazendo duas instalações vídeo, apresentadas no Instituto, e um debate em torno do seu trabalho.
No “Especial Portugal”, secção dedicada à produção nacional, é protagonista o Bairro do Aleixo, no Porto, com vários filmes que documentam a relação com as cinco torres, entretanto demolidas, e os que lá habitavam.
Numa altura em que o Instituto também colaborou na exposição “Aleixo: 5 Torres, 5 Décadas”, da associação de moradores e patente até final do ano, cruza de novo a programação com a estreia de uma primeira versão de um documentário ali rodado sobre o futuro, e o passado, daquela comunidade, intitulado “Memória Futura”.