Liliana Teixeira Lopes
Chega aos cinemas esta semana “As Meninas Exemplares”, de João Botelho. Uma história que conta as desventuras de Sofia, as exemplares Madalena e Camila, as atribuladas férias de rapazes e raparigas que, alguns anos mais tarde, conduzem à resolução de certos mistérios, compõem a trilogia perfeita da Condessa de Ségur sobre a educação, o poder social, religioso e político.
O desejo e a sua opressão, a violência e a punição e, por fim, a perda terrível acompanhada do crescimento inevitável. Adultos e crianças compreenderão que preceitos, regras e orações podem esmagar nervos e sangue.
É o que se lê na sinopse de “Meninas Exemplares”, um filme que o realizador João Botelho e o produtor Alexandre Oliveira dizem querer ir ao encontro dos espetadores de cinema português, não só estreando nas salas de cinema dos grande complexos, mas também levando-o numa digressão por todas as capitais de distrito e fora do circuito comercial.
Em declarações recentes à agência Lusa, o produtor do filme, Alexandre Oliveira, explicou que o objetivo é replicar aquilo que ele e João Botelho fizeram há quinze anos com “O Filme do Desassossego”, apresentado em cine-teatros e auditórios municipais e que “correu muitíssimo bem”.
Outra novidade nos cinema é o mais recente filme de Jafar Panahi, “Foi Só Um Acidente”.
Eghbal viaja de carro com a mulher grávida quando atropela e mata um cão.
Encalhado na estrada, procura ajuda na garagem de Vahid, sem saber que o seu salvador acredita que é ele o agente prisional que o torturou. Vahid rapta Eghbal para o enterrar vivo, mas depressa surgem dúvidas.
Para confirmar a identidade de Eghbal, Vahid recruta outras vítimas. Durante a viagem, pensam na moralidade de matar o prisioneiro e se ele é realmente quem eles acreditam ser.
“Foi Só Um Acidente” foi o vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2025.
Jafar Panahi, conceituado e premiado cineasta do Irão, está em campanha para a promoção deste seu filme, visto como um forte candidato às nomeações dos Óscares.
Considerado um dos maiores cineastas contemporâneos, Jafar Panahi esteve em Lisboa no início desta semana para acompanhar a estreia nacional de “Foi Só Um Acidente”.