Acontece em Espinho e arranca já amanhã. Decorre até 29 de junho.
O FEST – Festival Novos Realizadores, Novo Cinema arranca sábado em Espinho e vai apresentar aproximadamente 250 filmes, sendo que os 80 em competição incluem várias obras realizadas com Inteligência Artificial (IA), um thriller erótico português e muitos trabalhos sobre habitação.
A 21ª edição do certame do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto decorre até 29 de junho e este ano passa assim de oito para nove dias de duração, com o que Fernando Vasquez, o diretor do festival, quis “aliviar a intensidade do programa” e responder ao apelo recorrente de “mais filmes para crianças e jovens” – público que representa cerca de 20% de audiência.
Da secção competitiva, que em 2025 conta com 10 longas-metragens, o diretor do FEST começa por destacar “Manas”, de Marianna Brennaud, que descreve como “o grande filme brasileiro do momento” ao analisar o despertar sexual de uma adolescente numa comunidade restritiva da Amazónia, e “Mad bills to pay (or Destiny, dile que no soy malo)”, em que Joel Alfonso Vargas conta como uma gravidez não planeada afeta uma família dominicana a viver nos Estados Unidos. “É um dos grandes filmes americanos de 2025 e está destinado aos Óscares”, garante Vasquez.
A direção do festival nota, contudo, que as limitações de alojamento e habitação em Espinho levam muitos dos oradores e participantes do seu intenso programa formativo a instalarem-se noutros concelhos da região, e causam constrangimentos à própria equipa do certame.
Não surpreende, por isso, que a habitação seja “o tema claramente dominante” da secção competitiva dedicada exclusivamente a cinema português e este ano disputada por 23 filmes.
Dois exemplos disso são a curta-metragem “Agente imobiliário sem casa para viver”, em que Filipe Amorim aborda no registo ‘mockumentary’ a vida de um profissional que não consegue pagar uma renda própria e tenta vender casas para nelas poder dormir, e “C’est pas la vie en rose”, a “ousada e invulgar” primeira longa de Leonor Bettencourt Loureiro, que nela relata como uma banda francesa a viver em Lisboa passa a explorar a cultura local e a contribuir para a gentrificação da capital.
Outros filmes da competição portuguesa são “First Date”, comédia romântica que é o primeiro filme do apresentador televisivo Luís Filipe Borges, “em estreia absoluta no FEST”, e “Arriba Beach”, em que o realizador indiano Nishchaya Gera, residente em Portugal, assina o que Vasquez considera “o primeiro thriller erótico nacional, com conotação LGBT”.
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Fonte: Lusa / FEST
Liliana Teixeira Lopes