A obra vai ser, depois, exibida num espaço interior. A decisão já mereceu críticas.
O icónico mural “The Migrant Child”, criado anonimamente por Banksy durante a Bienal de Veneza de 2019, foi removido esta semana da fachada do Palazzo San Pantalon para ser restaurado e preservado. A obra, que retrata uma criança com colete salva-vidas e um sinalizador cor-de-rosa, tornou-se símbolo visual da crise migratória, colocada estrategicamente à beira de um canal.
Com mais de um terço da pintura visivelmente degradada pela humidade e salinidade, a Banca Ifis, proprietária do edifício, financiou a operação de remoção e restauro, que incluiu o transporte por barcaça até um laboratório especializado. O mural será posteriormente exibido num espaço interior, como parte da nova programação cultural da instituição.
Mas esta decisão não é consensual. Muitos especialistas e artistas argumentam que retirar o mural da rua contraria o espírito da obra e a mensagem efémera e provocadora típica de Banksy. Até ao momento, o artista não se pronunciou oficialmente, e alguns críticos sublinham que a ausência de consentimento poderá transformar um ato de preservação num gesto de silenciamento simbólico.
Fonte: SAPO Mag
Liliana Teixeira Lopes