O filme que mostra como primeira mulher americana no espaço enfrentou o machismo e a homofobia.

Liliana Teixeira Lopes

O novo documentário “Sally”, que se estreou no passado dia 17 de junho no Disney+, revela como a primeira mulher norte-americana a ir ao espaço, Sally Ride, teve de enfrentar machismo na própria agência espacial NASA e esconder a sua vida pessoal devido à homofobia.

“Fiz este filme para qualquer pessoa que já teve de esconder ou mudar parte de si para seguir os seus sonhos”, disse a realizadora Cristina Costantini, em entrevista à agência Lusa. “E penso que essa é, tristemente, uma experiência mais relevante que nunca em 2025”, continuou. “O filme é sobre várias formas de coragem”.

Sally Ride foi a primeira norte-americana numa missão da NASA, tendo voado no vaivém espacial Challenger a 18 de junho de 1983 com quatro astronautas masculinos.

A viagem pioneira foi um dos grandes acontecimentos mediáticos do ano, considerada inspiradora para raparigas que nunca se tinham visto representadas num ambiente com fasquia tão elevada. Cristina Costantini foi uma delas.

Mas a ascensão de Sally Ride foi difícil e cheia de obstáculos, algo que o documentário explora mostrando como a astronauta teve de superar o machismo convencional da época.

Sally Ride escondeu, também, um segredo durante toda a sua vida, precisamente por temer que a mentalidade conservadora arruinasse a sua carreira. Este documentário explora esse lado em entrevistas a fundo com a sua parceira de 27 anos, Tam O’Shaughnessy.

O mundo só soube da relação amorosa entre as duas em 2012, quando Sally Ride morreu de cancro aos 61 anos, e no seu obituário foi revelado que deixava uma parceira. Até aí, apenas a família e amigos mais próximos tinham conhecimento da homossexualidade da astronauta.

Quando o então presidente Barack Obama distinguiu Sally Ride com a Medalha Presidencial da Liberdade, entregou-a a Tam O’Shaughnessy.

O filme “Sally”, de Cristina Costantini, está disponível no Disney+.