O teatro assinala hoje meio século de vida. A data devia ser de celebração, mas aquela sala de Lisboa está fechada há mais de um ano.

O Teatro Maria Matos, em Lisboa, encerrado há mais de um ano e atualmente no meio de um processo judicial, foi inaugurado faz hoje 50 anos, sob direção artística de Igrejas Caeiro, com uma peça de Aquilino Ribeiro.

“Tombo no Inferno” foi a peça escolhida para a noite da inauguração do teatro, no dia 22 de outubro de 1969, uma sala que chegou a funcionar como estúdio de televisão no início dos anos 1970 e por onde passaram várias companhias até 1982, ano em que o espaço foi adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa.

Com a compra, o Maria Matos deixou de ter uma companhia residente, para passar a acolher “projetos independentes e companhias mais pequenas de Teatro, Dança e Música”.

Entre 1982 e 2004, quando fechou para uma “intervenção de profunda remodelação”, o Teatro Maria Matos foi palco de espetáculos de companhias e projetos como A Barraca, Teatro Infantil de Lisboa, o Bando, Companhia de Teatro de Lisboa, Teatro da Garagem, Escola de Mulheres, Companhia Paulo Ribeiro, CRINABEL – Teatro, entre muitos outros.

As obras no edifício duraram cerca de dois anos (2004-2006) e implicaram “a remodelação da sala e dos bastidores, a melhoria da acústica, da iluminação, da climatização, o reforço da segurança e a eliminação das barreiras arquitetónicas”.

O espaço reabriu a 27 de março de 2006, sob direção artística do ator e encenador Diogo Infante, com uma programação que incluiu “produções teatrais próprias e coproduções de vários dos festivais de artes performativas e de cinema em Lisboa”.

Em julho de 2008, Diogo Infante demitiu-se do cargo, que abandonaria em setembro, alegando falta de meios para prosseguir o projeto que iniciara dois anos antes, naquele equipamento municipal. Para o substituir foi escolhido o belga Mark Deputter, a viver em Lisboa desde 1995, que, ao apresentar a programação da temporada 2009/2010, a primeira da sua responsabilidade, definiu aquela estrutura municipal como “um polo dinamizador da criação independente em Lisboa”. E assim foi durante quase dez anos.

Em agosto de 2017, foi anunciada a sua saída, mas também que deixaria a programação assegurada até 14 de julho do ano passado, dia em que o Teatro Maria Matos encerrou enquanto espaço com gestão municipal.

Em setembro do ano passado, o teatro deveria ter reaberto com um novo modelo de gestão, arrendado a agentes culturais privados, no âmbito de um processo de reestruturação da rede municipal de teatros.

A reabertura do Teatro Maria Matos com um novo modelo de gestão foi adiada, sem data prevista, depois de o resultado do concurso público para seleção do projeto artístico ter sido contestado.

Entretanto, o Teatro Maria Matos deixou de constar da lista de espaços culturais do site da EGEAC, tanto da listagem dos que têm gestão municipal como da lista dos que têm protocolo de cedência.

https://egeac.pt/espacos-culturais/

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes