O primeiro agente de Sua Majestade disse adeus no sábado passado, dia 31 de outubro.

Sinónimo de 007, construiu uma carreira de carisma e masculinidade com outras personagens bem sedutoras. No seu caso, lenda do cinema é uma expressão que não lhe faz completa justiça. Falo de Sean Connery, ator que morreu, no sábado, 31 de outubro, aos 90 anos.

A notícia foi confirmada nesse dia pela família do ator escocês à BBC. De acordo com o seu filho, Jason Connery, Sean morreu nas Bahamas enquanto dormia “pacificamente”. Jason acrescentou que o ator “já não estava bem há algum tempo”, sem adiantar mais pormenores.

Afastado do cinema desde 2003, Sean Connery dividiu os últimos anos da sua vida entre as Bahamas, o sul de Espanha e os Estados Unidos.

Sobre o ator escreveu-se num livro de cinema português: “Um dos (muitos) elogios que se podem fazer a Sean Connery é que foi James Bond e sobreviveu. À época, quando se mencionava o nome de Sean Connery, puxava-se logo do rótulo ‘007’. Hoje, o seu nome aparece associado a ‘grande ator’. Não ficou confinado a uma só personagem, nem nunca ficará: como alguém notou, Sean Connery é ‘maior do que todas as suas personagens'”.

As palavras, de Eurico de Barros, são do início da década de 1990, quando continuava a ser associado a Bond, mas também já vencedor de um Óscar de melhor ator secundário por “Os Intocáveis”, o pai de Indiana Jones, o comandante de um submarino nuclear soviético em “Caça ao Outubro Vermelho”, e muitos outros filmes como “O Homem que Queria Ser Rei”, “O Dossier Anderson” ou “Marnie”. Foi também considerado o “Homem Mais Sexy Vivo” para a revista People: aos 60 anos, protagonizava filmes de ação e continuava a ser uma das estrelas mais bem pagas de Hollywood.

De uma família muito humilde, tendo abandonado a escola aos 13 anos e entrado para a Marinha aos 16, de onde saiu por causa de uma úlcera e se viu sem qualificações a saltar de emprego em emprego, Sean Connery tornou-se o escocês mais famoso em todo o mundo e a segunda maior “exportação” do país a seguir ao whisky.

Várias figuras das artes e entidades de outras áreas deixaram homenagens públicas a Sean Connery nas redes sociais. Entre eles está Daniel Craig, ator que tem encarnado James Bond nos últimos anos, que lamentou o desaparecimento de “um dos grandes do cinema”, que “definiu uma era e um estilo” e “ajudou a criar o blockbuster moderno”.

Fonte: SAPO Mag

Liliana Teixeira Lopes