Editoras independentes lançam vídeo sobre rendimentos de artistas no streaming.

A Associação Profissional de Músicos Artistas e Editoras Independentes em Portugal lançou um vídeo para esclarecer quais os reais rendimentos de artistas no streaming e apela à transposição da Diretiva Europeia de Direitos no MUD – Mercado Único Digital.

Em comunicado a AMAEI – Associação Profissional de Músicos Artistas e Editoras Independentes em Portugal afirma que o objetivo desta iniciativa é “esclarecer, com dados e números objetivos e factuais, como funciona e o que paga verdadeiramente o streaming, face a continuadas campanhas de desinformação sobre esta matéria”.

Segundo a AMAEI, algumas plataformas pagam mais do que outras, uma “injustiça” a que foi dado o nome de ‘value gap’ e que é urgente resolver, “para que todos os criadores da música possam usufruir de forma justa dos seus rendimentos digitais: editoras e artistas de um lado (Masters) e autores-compositores de outro lado (Publishing)”.

“Assim sendo, a AMAEI defende e reforça a sua posição apelando mais uma vez à transposição célere da Diretiva Europeia do Direito de Autor no Mercado Único Digital tal e qual como está, sem qualquer alteração ao seu teor”.

Em abril, a GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas, que representa atores, bailarinos e músicos em Portugal, lançou uma campanha vídeo em defesa de uma remuneração justa e equilibrada destes profissionais, pela utilização das suas obras ‘online’, de cujas receitas afirma só receberem 10%.

De acordo com a GDA, as receitas geradas ‘online’ são repartidas em 60% pelas editoras, 30% pelas plataformas, como a Spotify, Deezer, Apple Music e Amazon Music, sobrando apenas 10% para os criadores dos conteúdos.

No entanto, dias depois, a AMAEI veio afirmar que “se, por um lado, é verdade que 30% dos rendimentos do streaming ficam com as plataformas, a maioria das editoras fonográficas recebe entre 52% a 55% do total do valor gerado”.

“Obviamente, dividem este valor com os artistas através de cada contrato de gravação. Além destes valores, as plataformas pagam também 15% aos autores e compositores através das sociedades de autores, ‘publishers’”.

Segundo a AMAEI, os músicos artistas (músicos intérpretes) “recebem geralmente entre 10% a 50% dos ‘royalties’ dos seus contratos fonográficos com as editoras”, parcela que, nos seus valores mais elevados, “é semelhante ao que recebem as plataformas e editoras”.

Quanto aos músicos de estúdio, são pagos pelo trabalho em estúdio tal como são os técnicos, ou seja, os chamados músicos executantes “não recebem royalties nem de ‘streaming’ nem de produtos físicos”, recebem sim direitos conexos sempre que passam música gravada.

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Fonte: SAPO Mag

Liliana Teixeira Lopes