Em "Putting the Rabbit in the Hat", o ator de “Succession” fala de colegas e realizadores: uns bem, outros mal. A polémica é praticamente garantida.

Brian Cox não poupa Johnny Depp, Steven Seagal e outros atores numa autobiografia tão implacável como a série que protagoniza “Succession”.

Em “Putting the Rabbit in the Hat” faz, por seu lado, elogios a Alan Rickman, Spike Lee, Scarlett Johansson, Keanu Reeves e Morgan Freeman, mas o ator da aclamada série da HBO já prevê que alguns dos criticados não voltem a falar com ele.

Apesar destes elogios, são os excertos em que se mostra tão implacável como o magnata Logan Roy que interpreta na série de sucesso da HBO “Succession” que se tornaram virais, revelando o que pensa sobre outros atores e realizadores, com quem se cruzou ou não.

Com 75 anos, o ator escocês explicou a filosofia da sua obra ao jornal “The Scottsman”, colocando o ênfase na frontalidade: “Foi catártico, necessário. Foi importante para mim porque atingi uma certa idade e queria olhar para certas coisas à luz da experiência e ser o mais verdadeiro possível. Claro, há coisas que deixei de fora”.

“Embora tenha a certeza que é simpático”, para Brian Cox o colega Johnny Depp “é tão exagerado, tão sobrevalorizado. Quero dizer, ‘Eduardo Mãos de Tesoura’. Vamos reconhecer, se aparecer com umas mãos daquelas e caracterização pálida e cheia de cicatrizes, não se precisa de fazer nada. E ele não fez. E, subsequentemente, ainda fez menos”.

Já a experiência da rodagem de “O Homem que Brilha” não parece ter positiva, pois garante que “Steven Seagal é tão ridículo na vida real quanto aparece no ecrã. Irradia uma serenidade estudada, como se estivesse num patamar superior aos outros, e embora ele esteja sem dúvida num patamar diferente, provavelmente não é um que seja superior”..

Brian Cox reconhece ainda o estatuto de lenda a Michael Caine, mas critica a sua bem conhecida aversão pública aos colegas que abusavam do álcool, muitos dos quais identifica no livro.

Sobre Quentin Tarantino diz: “acho o seu trabalho meretrício. É tudo superfície. Mecanismos de argumento no lugar de profundidade. Estilo onde deveria haver substância. Saí a meio do ‘Pulp Fiction’”.

O livro de memórias também tem elogios… Um deles foi o “grande amigo Alan Rickman”, o saudoso professor Snape dos filmes “Harry Potter”: “um dos homens mais doces, gentis, simpáticos e incrivelmente inteligentes que já conheci. Antes de se tornar ator, era designer gráfico e trouxe a enorme precisão laser dessa profissão para o seu trabalho”.

Nos excertos publicados, é Spike Lee, que encontrou em “A Última Hora” (2002), que sai mais bem visto: “Simplesmente um dos melhores realizadores com quem alguma vez trabalhei”.

Fonte: SAPO Mag

Liliana Teixeira Lopes