Ao longo do mês de Fevereiro, a Casa Independente, em Lisboa, transforma-se em Alojamento Artístico Local, num cruzamento entre a música, a rádio, a dança e as artes visuais.

O responsável é Pedro Coquenão, a figura por trás do projecto Batida, que vai viver por lá, e que nos explicou a motivação: “Há um bocado a ideia de que tudo tem um espaço, um lugar e um tempo para acontecer, uma espécie de ditadura da eficácia: tudo tem que ser muito eficaz e parece que nasce e morre no momento e no espaço em que aconteceu. Se olharmos para trás, a música, a dança e as artes convergiam num espaço comum, como o de uma aldeia. Eu gosto dessa ideia.”

Por isso, este Alojamento Artístico Local é dedicado a misturar os elementos, como uma emissão de rádio, a “Rádio Normal”, em 88.4 FM, o musical “IKOQWE” ou a exposição “Neon Colonialismo” — “mais sobre colonialismo do que sobre neons”, revela. No todo, esta é “uma ocupação da casa como espaço de habitação e de criação, mas em vez de ser um espaço fechado que só se mostra no fim, que é o normal numa residência, ela está sempre aberta e a criação é feita à vista de todos.”

Os horários e as informações estão disponíveis aqui. Durante a semana, o acesso é gratuito à Casa Independente, que Pedro Coquenão aborda como “um espaço fisico, uma casa que dá para receber bem as pessoas, mas também é um clube, e também pode ser uma galeria, um teatro, uma pista de dança ou uma estação de rádio”.

João Barros