O uso do certificado é recomendado pela Comissão Europeia, numa tentativa de apoiar as atividades culturais.

A Comissão Europeia recomendou que o certificado digital covid-19 seja utilizado para aceder a atividades culturais, e defende que os espectadores devem disponibilizar os seus dados para monitorização e rastreio.

As duas recomendações fazem parte de um guia da União Europeia, divulgado na terça-feira, 29 de junho, com orientações para “o reatamento seguro das atividades no setor cultural e criativo” em todos os Estados-membros, e cujo impacto da covid-19 “foi particularmente forte no segundo e quarto trimestres” de 2020.

Para uma “reabertura segura” da atividade cultural, que vai dos espetáculos de música à fruição dos museus, a Comissão Europeia recomenda, por exemplo, que os empregadores promovam a vacinação dos trabalhadores da área da Cultura, tendo em conta os planos nacionais de vacinação.

É recomendado ainda aos Estados-membros que utilizem o certificado digital covid da União Europeia – que entra em vigor na quinta-feira -, “para garantir o acesso e a participação seguros em atividades culturais”.

A Comissão Europeia recorda que os eventos experimentais organizados “em toda a União Europeia” demonstraram que “poucos casos de covid-19 foram associados à transmissão em eventos culturais ou no seu contexto”, e incentiva os Estados-membros a divulgarem os dados sobre esses mesmos eventos-piloto.

Portugal realizou quatro eventos-teste, entre abril e maio, em Braga, Coimbra e Lisboa, com plateia sentada e em pé, em contexto ao ar livre e em sala de espetáculos, mas cerca de dois meses depois ainda não são conhecidas as conclusões.

A 15 de junho, a DGS – Direção-Geral da Saúde admitiu à Lusa que o processo de tratamento dos dados recolhidos nesses quatro eventos estava demorado, porque era “necessário fazer corresponder a informação de identificação que foi utilizada para aceder aos eventos com o número de utente do Serviço Nacional de Saúde”.

Fonte da DGS disse à agência Lusa que a demora não se deve a qualquer erro técnico ou informático, como foi apontado por associações representativas do setor dos espetáculos.

O objetivo destes eventos era definir, segundo o Governo, “novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 para a realização de espetáculos e festivais”.

Fonte: SAPO 24 / Lusa

Liliana Teixeira Lopes