São várias as entidades que estão a disponibilizar vários documentos históricos online. A Cinemateca do Brasil dá a possibilidade de ver o documentário “Assim era a Atlântida” sobre este género de cinema.
Liliana Teixeira Lopes
A Cinemateca Brasileira resolveu colocar gratuitamente à disposição do público um documento histórico, “Assim Era a Atlântida”, que recorda a era das chanchadas.
O documentário de 1974, com realização de Carlos Manga, é disponibilizado gratuitamente e serve como pretexto para revisitar e compreender o mais brasileiro dos géneros cinematográficos: a Chanchada. A qualidade do som não é das melhores mas a obra vale bem a pena.
Fundada em 1941, com sede no Rio de Janeiro, a Atlântida Cinematográfica foi uma das empresas de produção de cinema de maior sucesso no Brasil.
Instituída com o claro objetivo de promover o desenvolvimento industrial da cinematografia daquele país, os filmes da Atlântida foram uma das primeiras experiências conscientes de produção fílmica virada para o grande público, tendo, por isso, ganho um enorme sucesso popular na realização dos chamados “cinejornais”, de dramas sociais e, principalmente, na afirmação do género das “chanchadas”, filmes que parodiavam a cultura estrangeira (em especial, as vindas de Hollywood) e que expunham as fragilidades da vida pública e social do país.
Nos seus estúdios, trabalharam nomes célebres do cinema brasileiro como Grande Otelo, Anselmo Duarte ou Eva Todor.
Em novembro de 1952, um incêndio no arquivo da Atlântida Cinematográfica danificou gravemente o espólio da empresa. Dez anos depois, o filme “Os Apavorados” assinalaria a última produção inteiramente financiada pelo estúdio.
O documentário “Assim Era a Atlântida”, com 105 minutos, conta tudo em pormenor e é um documento que vale a pena conhecer.