A maioria dos filmes estreados nos cinemas da União Europeia estão a chegar ao "video on demand".

Liliana Teixeira Lopes

A relação entre as salas de cinema e as plataformas de aluguer de filmes é, agora, mais de cooperação do que de competição, defende um estudo do Observatório Europeu do Audiovisual.

Mais de 60% dos filmes estreados no espaço da União Europeia, entre 1996 e 2019, tiveram também exibição em serviços de vídeo a pedido (o VOD – “video on demand”) e a maioria era de produção europeia, revelou o Observatório Europeu do Audiovisual.

Num estudo estatístico sobre exibição cinematográfica, o observatório constatou que, em mais de duas décadas (entre 1996 e 2019), 62% dos filmes estreados em sala de cinema tiveram exibição em VOD.

Desses 62% de filmes, em termos percentuais, 90% eram títulos dos Estados Unidos e 56% eram obras europeias.

No entanto, em números absolutos, dos 23.589 filmes disponibilizados em pelo menos um país da União Europeia e no Reino Unido dentro daquele período, há uma clara maioria de filmes de produção europeia, 14.635 obras, contra a produção norte-americana, de 5.600 títulos.

O que o observatório conclui, afirma o autor do estudo, Gilles Fontaine, em nota de imprensa, é que a relação entre exibição em sala de cinema ou em serviço doméstico ‘video on demand’, noutros ecrãs, é “mais de cooperação do que de competição”.

Significa que as salas de cinema podem fortalecer os conteúdos a exibir em VOD, enquanto estes serviços podem abrir novos mercados para filmes que, no circuito da exibição comercial, tenham tido menos espectadores.

Segundo o observatório, em média, os filmes de produção norte-americana estiveram presentes em serviços “video on demand” em 6,8 países da União Europeia, enquanto os filmes europeus marcaram presença em 4,6 Estados-membros.