O filme “By The Name of Tania”, de Mary Jimenez e Bénédicte Liénard, venceu os prémios Jean Loup Passek e Dom Quixote, na sexta edição do festival.

Apresentado em estreia mundial, em fevereiro, no Festival de Cinema de Berlim, “By The Name of Tania”, de Mary Jimenez e Bénédicte Liénard, documentário filmado no Peru “retrata a história de uma jovem iludida e forçada a prostituir-se ‘até progressivamente perder quase todos os seus traços de identidade'”, pode ler-se no comunicado da organização da sexta edição do Festival Internacional de Documentário de Melgaço, que este ano atribuiu todos os prémios a mulheres.

“Ao decidirem fazer uso de técnicas ficcionais, as realizadoras permitiram ao espetador assistir à perpetração de um crime a partir de dentro e acompanhar o percurso de uma vítima que representa muitas outras. Simultaneamente, as realizadoras atrevem-se a esteticizar os corpos das vítimas, desafiando o voyeurismo do espetador”, realçou o júri do prémio Jean Loup Passek.

A mesma coprodução belga e holandesa foi ainda distinguida com o prémio Dom Quixote, atribuído pela primeira vez em Melgaço, numa colaboração com a Federação Internacional de Cineclubes.

O júri destacou uma obra que “permite várias camadas de interpretação, através de memórias e emoções”, levando o espetador “numa jornada que acompanha a personagem principal, induzindo um estado de hipnose e deslumbramento, como sonâmbulo”.

O prémio de melhor documentário português foi para “Fordlandia Malaise”, de Susana de Sousa Dias, enquanto a melhor curta ou média-metragem internacional foi para “Terra”, de Julia Kushnarenko.

Organizado desde 2014, o até aqui designado Filmes do Homem resulta de uma parceria entre a associação Ao Norte e a Câmara Municipal de Melgaço com o objetivo de “promover e divulgar o cinema etnográfico e social, refletir sobre identidade, memória e fronteira e contribuir para um arquivo audiovisual sobre a região”.

http://mdocfestival.pt/

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes