… a polaca Olga Tokarczuk (2018) e o austríaco Peter Hendke (2019).

Liliana Teixeira Lopes

Olga Tokarczuk e Peter Handke são os dois novos Nobel da Literatura. A escritora e ativista polaca recebe o prémio relativo ao ano de 2018, e o dramaturgo austríaco é o vencedor de 2019.

Ficarão a marcar, na centenária história do mais importante galardão literário do mundo, num momento de profunda renovação da Academia Sueca, a procurar reerguer-se do escândalo de abusos sexuais perpetrados por Jean-Claude Arnault, marido da académica Katarina Frostenson, de quem este teria também sabido por antecipação (e eventualmente usado para efeitos de apostas) os nomes de sete premiados.

A alteração mais relevante é o facto de o próprio Comité ter sido assessorado este ano por um conjunto de especialistas exteriores à instituição.

De acordo com o júri do prémio, a polaca Olga Tokarczuk, vencedora do Nobel da Literatura de 2018, “nunca vê a realidade como algo estável e duradouro. Ela constrói os seus romances em torno da tensão entre opostos culturais: natureza versus cultura, razão versus loucura, masculino versus feminino, casa versus alienação”.

Quanto ao austríaco Peter Handke, vencedor do Nobel da Literatura 2019, o júri do prémio explica a sua “arte peculiar é a extraordinária atenção para as paisagens e para a presença material do mundo, que fazem do cinema e da pintura duas das suas maiores fontes de inspiração. Mais de 50 anos depois, tendo produzido trabalhos de diferentes géneros, Handke afirmou-se como um dos escritores mais influentes da Europa depois da Segunda Guerra Mundial”.