As reuniões com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão não chegaram “a bom porto” e, como se esperava, os atores estão em greve.

Cillian Murphy, Emily Blunt, Matt Damon, Robert Downey Jr. e os outros atores saíram da antestreia de “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, em Londres alguns minutos antes do sindicato anunciar oficialmente o início da greve em Los Angeles. Estiveram na passadeira vermelha mas não entrearam para a antestreia do filme.

Hollywood vai “fechar”: o Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) anunciou a primeira greve da organização em conferência de imprensa ao início da tarde de quinta-feira em Los Angeles.

A associação, que representa 160 mil artistas do cinema e da televisão, anunciou a decisão esperada, a primeira desde 1980, após o fracasso das negociações contratuais com os estúdios: será uma “dupla-greve”, já que o sindicato dos argumentistas começou a sua luta laboral a 2 de maio.

Como os argumentistas, já há 11 semanas nos piquetes de greve, os atores exigem salários mais elevados para combater a inflação e garantias para os seus meios de subsistência futuros, entre outros pontos.

Além dos salários quando estão a trabalhar, os atores recebem pagamentos chamados de “resíduos” sempre que um filme ou programa em que entraram é exibido nos canais terrestres ou na TV a cabo – particularmente útil quando os artistas estão entre projetos. Mas as plataformas de streaming não divulgam os números de exibição dos seus programas e oferecem a mesma taxa fixa para tudo o que está no seu catálogo, independentemente da sua popularidade.

Para dificultar ainda mais o panorama, há a questão da inteligência artificial. Tanto os atores como os argumentistas querem garantias para regular o seu uso futuro, mas os estúdios até agora recusaram-se a ceder.

https://www.sagaftra.org/

Fonte: Lusa / SAPO Mag

Liliana Teixeira Lopes