O novo filme de João Botelho que adapta uma obra de José Saramago e uma fita dramática sobre acontecimentos reais no Reino Unido, são as novidades nas salas esta semana.

Liliana Teixeira Lopes

“O Ano da Morte de Ricardo Reis” é uma adaptação da obra de José Saramago para cinema, do realizador João Botelho que conta com o ator brasileiro Chico Diaz, na interpretação do papel principal, do heterónimo de Fernando Pessoa (Ricardo Reis), além de Luís Lima Barreto (Fernando Pessoa), Victoria Guerra (Marcenda) e Catarina Wallenstein (Lídia).

O filme passa-se em Lisboa, em 1936, ano em que o médico Ricardo Reis regressa do auto-exílio de mais de uma década no Brasil. 1936 é o ano de todos os perigos, do fascismo de Mussolini, do Nazismo de Hitler, da terrível guerra civil espanhola e do Estado Novo em Portugal, de Salazar. Fernando Pessoa, o criador, encontra Ricardo Reis, a criatura.

“Farming” é a história real de Enitan, um jovem rapaz nigeriano, enviado pelos seus pais para uma família britânica na esperança de lhe conseguirem proporcionar um futuro mais promissor.

Adewale Akinnuoye-Agbaje escreveu e realizou este “Farming”, a história da sua própria infância e adolescência como um negro criado por brancos que acabaria por se transformar num membro de um gangue skinhead em Inglaterra.

Num regresso ao passado, em “Farming”, Adewale Akinnuoye-Agbaje conta-nos como entre as décadas de 60 e 80, numa Inglaterra em recessão, dezenas de milhares de crianças nigerianas foram entregues a famílias de acolhimento brancas por pais (imigrantes, negros e pobres) que tentavam estudar e fazer dinheiro com o objetivo de regressarem à Nigéria.

O sistema informal ficou conhecido como farming (cuja tradução literal é “trabalhar na agricultura”) porque assim terá sido cunhado pelas assistentes sociais da época (que ajudavam a que o processo acontecesse abaixo do radar), como explicou o realizador numa entrevista a Larry King, no final de 2019.