Um filme vindo da Roménia e outros dois com selo português, são os destaques da semana.

Liliana Teixeira Lopes

Aos cinemas nacionais chega esta semana o mais recente filme de Cristian Mungiu, o drama “R.M.N.”.

Uns dias antes do Natal, e depois de se ter despedido do seu trabalho na Alemanha, Matthias volta para a sua aldeia multiétnica na Transilvânia. Pretende envolver-se mais na educação do filho, Rudi, deixado há demasiado ao cuidado da mãe, Ana, e livrar o rapaz dos medos não resolvidos que se apoderaram dele. Está preocupado com o seu velho pai, Otto, e ansioso por ver a sua antiga amada, Csilla.

Quando são contratados alguns funcionários novos para a pequena fábrica que Csilla gere, a paz na comunidade é perturbada, o medo apodera-se dos adultos e frustrações, conflitos e paixões emergem sob uma camada fina de compreensão e calma aparentes.

Nomeado à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2022, “R.M.N.” é realizado por Cristian Mungiu, vencedor do Prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes de 2016 pelo filme “Exame”.

É também novidade no cartaz cinematográfico o já muito falado “A Noiva”, de Sérgio Tréfaut.

O drama conta a história de uma adolescente europeia que foge de casa para casar com um guerrilheiro do Daesh. Torna-se uma noiva da Jihad. Três anos mais tarde a sua vida mudou dramaticamente. Vive num campo de prisioneiros no Iraque. Agora é mãe de dois filhos e está grávida outra vez. É uma viúva de 20 anos e será brevemente julgada pelos tribunais iraquianos. O que a experiência da guerra e a lavagem cerebral lhe fizeram?

É a pergunta que é deixada neste “A Noiva”.

A comédia “Frágil”, de Pedro Henrique, é outra das estreias de semana.

Em Frágil, a noite e o “clubbing” são vividos enquanto últimos espaços de resistência a um mundo de obrigações e instituições.

Este filme, com um toque de “musical”, “procura distinguir as vivências noturnas de um grupo de camaradas desse lugar de alienação, exclusividade e consumo que é o club”, como explica a sinopse.