O destaque da semana vai para três documentários.
Liliana Teixeira Lopes
“Terminal Norte”, o novo filme de Lucrécia Martel, é uma das novidades nos cinemas.
Durante o confinamento de 2020, Lucrecia Martel voltou para a sua terra natal em Salta, uma região conservadora da Argentina. Ali, acompanhou Julieta Laso que, como uma musa, a introduz a um grupo de mulheres artistas que desafiam a opinião dos outros em volta das fogueiras.
Na sinopse lê-se que “neste documentário, Martel aprofunda a voz sedutora de Julieta. O “Eu” da protagonista abre-se para o encontro de vozes e corpos destoantes que a câmara nunca se cansa de acompanhar. O resultado é um tributo para uma comunidade que, apesar de temporária, serve como um antídoto para a pandemia”.
“Objectos de Luz” é um documentário de Marie Carré e Acácio de Almeida.
A evocação da luz no cinema leva a Personagem do Homem da Luz a refletir sobre ela, sua essência e as suas múltiplas manifestações numa revisitação a espaços geográficos e de memórias.
Estreia em exclusivo no Cinema Fernando Lopes, sala localizada no Campus Académico da Universidade Lusófona, no Campo Grande, o documentário “Chelas Nha Kau”.
Produzido e realizado de forma coletiva pelo grupo de amigos Bataclan 1950 e pela Bagabaga Studios, “Chelas nha Kau” é o reflexo de um processo criativo de experimentação colaborativo, que mostra o olhar das diversas pessoas que pegam na câmara e mostram aquilo que lhes é próximo e importante, como os próprios o definem.
O filme foi feito no decorrer de um atelier de multimédia criado para jovens da Zona J e que ganhou força, tendo já percorrido um invejável circuito de festivais como o DocLisboa, onde estreou, o Sheffield DocFest 2021, o IDFA – International Documentary Film Festival Amsterdam, e foi, em 2021, o grande vencedor do Festival Política.