Uma comédia e um documentário. Este último sobre Cesária Évora.

Liliana Teixeira Lopes

“Amesterdão” é o mais recente filme de David O. Russell.

Uma comédia que conta uma história de crime original e épica, em que três amigos chegados se encontram no centro de uma das conspirações mais chocantes da história americana.

O elenco é de luxo com nomes como Christian Bale, Margot Robbie, John David Washington, Chris Rock,

Anya Taylor-Joy, Zoe Saldana, Mike Myers, Michael Shannon, Timothy Olyphant, Taylor Swift, Rami Malek e Robert De Niro.

O já tão falado “Cesária Évora”, um documentário assinado na realização por Ana Sofia Fonseca, chega aos cinemas.

O filme conta com imagens de arquivo, gravações inéditas e testemunhos de quem privou com a artista, dos tempos da pobreza ao reconhecimento mundial.

O impacto da doença bipolar na vida de Cesária Évora é um dos aspetos inéditos deste filme que mostra como esta mulher negra e pobre deu a volta ao destino.

A “Diva dos Pés Descalços” (como ficou conhecida) que nunca gostou de usar sapatos, já cantava há décadas, em bares, no porto ou em barcos que atracavam em São Vicente, quando, em 1991, completa 50 anos e pela mão do produtor e amigo José da Silva, conhece o sucesso, com a música “Mar Azul”.

Alé da imagem dos pés descalços, o álcool com que vencia o medo dos palcos, o cigarro sempre presente e a teimosia tornaram-se imagens de marca da cantora que nos seus espetáculos se sentava a uma mesa a beber e a fumar, enquanto os músicos tocavam, numa cena que não era propriamente encenada, mas sim, genuinamente, a forma como se habituou a cantar, nos bares.

Cesária Évora sofreu dois Acidentes Vasculares Cerebrais e o segundo, em 2011, mostrou-lhe que nunca mais poderia cantar.

Acabaria por morrer a 17 de dezembro de 2011.