Um documentário, um drama e um western são os destaques.

Liliana Teixeira Lopes

Chega esta semana às salas de cinema tão badalado “Dahomey”, de Mati Diop.

O documentário leva-nos a novembro de 2021.

26 tesouros do Reino do Daomé estão prestes a deixar Paris para regressar ao seu país de origem, a atual República do Benim.

Juntamente com milhares de outros, estes artefactos foram saqueados pelas tropas coloniais francesas, em 1892.

Mas que atitude adotar perante o regresso a casa destes antepassados, num país que teve de avançar na sua ausência? Enquanto a alma dos artefactos é libertada, o debate instala-se entre os estudantes da Universidade de Abomey-Calavi.

Outra das estreias da semana é o drama “Sodade”, realizado por Sarah Grace.

A acção de “Sodade” tem lugar na pitoresca ilha do Fogo, em Cabo Verde, onde dois jovens apaixonados, Kevin e Linda, veem a sua relação posta à prova por segredos familiares ocultos que ameaçam separá-los.

Filmado inteiramente nas deslumbrantes paisagens vulcânicas do Fogo, o filme mostra a beleza natural e a cultura vibrante da ilha, ao mesmo tempo que destaca temas de amor, sacrifício e crescimento pessoal.

Ainda em estreia nos cinemas nacionais está “The Dead Don’t Hurt – Até ao Fim do Mundo”, o mais recente filme de e com Viggo Mortensen.

Um wester que prometia muito, mas que tem dividido a crítica internacional.

Em “Até ao Fim do Mundo”, Vivienne, uma florista, e Holger, um carpinteiro, conhecem-se em São Francisco.

Vivienne valoriza a sua independência e recusa casar-se, mas concorda em mudar-se com Holger para o Nevada. Os dois imigrantes constroem uma vida juntos: Vivienne trabalha num bar e Holger constrói celeiros.

A sua felicidade é interrompida quando a Guerra Civil desponta e o carpinteiro sente a obrigação moral de lutar pelo fim da escravatura. Vivienne vê-se obrigada a sobreviver sozinha, enquanto é perseguida agressivamente pelo filho do empresário que controla a cidade.

O filme mistura a dureza típica do western com um olhar gentil neste retrato de uma mulher determinada a sobreviver num mundo masculino.