Uma primeira longa-metragem, um documentário e uma animação premiada. Três estreias com produção nacional.

Liliana Teixeira Lopes

O filme madeirense “Posso olhar por ti”, a primeira longa-metragem do realizador Francisco Lobo Faria, estreia-se nos cinemas portugueses esta seman, e pretende provocar “um pequeno abanão” na consciência dos espetadores.

Com três prémios em festivais internacionais, uma menção honrosa e várias seleções oficiais, “Posso olhar por ti” é composto por um elenco jovem, sobretudo madeirense, e é rodado integralmente na Madeira, principalmente no concelho do Porto Moniz, no norte da ilha.

Em entrevista à agência Lusa, Francisco Lobo Faria destaca que se trata de “um filme bem disposto, que se consome bem, com alguma leveza”, mas que “acaba por provocar um pequeno abanão na consciência das pessoas”.

“O motivo utilizado das crianças como base da narrativa transporta o filme para esse espaço de leveza, essa jovialidade. No entanto, é uma pequena rasteira porque estas crianças, embora sejam jovens e sejam entusiastas e vivam com essa leveza da juventude, estão a fazer algo que não é expectável, que à partida o público adulto será surpreendido com os propósitos”, sustenta.

A longa-metragem de Francisco Lobo Faria, que chega aos cinemas portugueses em 30 de março, recebeu o prémio para o melhor elenco juvenil no Titan Internacional Film Festival, na Austrália, foi distinguida com o galardão de Melhor Longa-Metragem Internacional no Golden Lion Internacional Film Festival, na Índia, e recebeu ainda o prémio de melhor filme de estreia num festival em Singapura.

Aos cinemas chega também o documentário de Raul Domingues, “Terra que Marca”.

Aqui, conta-se que, em tempos, vieram dois malfeitores cumprir a pena de tomar conta desta terra desabitada e em pousio. A sua sentença passou de geração em geração e foi herdada pelos homens que a trabalham. Uma mulher descalça ajeita a terra e é surpreendida por uma folha.

Também o multipremiado “Interdito a Cães e Italianos” chega às salas.

A animação de Alain Ughetto, fala da sua família, que abandonou a Itália por uma vida melhor.

Transcendendo todas as provações, vão encontrar em França o seu porto seguro. Uma viagem no tempo, uma carta de amor aos antepassados do realizador, Luigi e Cesira Ughetto, provenientes da região de Piemonte em Itália e forçados a imigrar.

Entre outros, o filme foi vencedor do Prémio do Júri no prestigiado Festival de Annecy.