O festival apresentou a programação. Em ano de pandemia, avança para edição híbrida.

O festival norte-americano vai ser o primeiro a apresentar filmes feitos durante a pandemia que evocam a crise de saúde sem precedentes.

O prestigiado Festival de Cinema de Sundance divulgou na terça-feira (dia 15) a sua programação, o primeiro do género a apresentar filmes produzidos durante a pandemia que evocam a crise de saúde sem precedentes, alguns dos quais podem acabar a concorrer aos Óscares..

Para se adaptar às restrições da era da COVID-19, desta vez Sundance decorre parcialmente online, entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro. Há também sessões em drive-ins e pequenos cinemas independentes, da Califórnia a Nova Iorque, passando pelas montanhas do estado de Utah, onde costuma ser realizado o festival.

A coprodução portuguesa “Espíritos e rochas: Um mito açoriano”, da realizadora suíço-turca Aylin Gökmen, vai integrar a secção de curtas-metragens do Festival de Cinema de Sundance, nos Estados Unidos. Descrito como “a adaptação documental de um mito”, “Espíritos e rochas: Um mito açoriano” tem coprodução entre a Suíça e Portugal e já tinha integrado a competição de curtas-metragens do festival de Locarno, que decorreu em agosto.

Entre os lançamentos mais esperados está “Life in a Day 2020”, uma sequela do documentário de 2011 de Ridley Scott e Kevin Macdonald que busca pintar “o retrato global da vida no nosso planeta”. O filme utiliza imagens filmadas por milhares de pessoas durante um único dia de julho de 2020, durante o auge da pandemia.

Os cineastas receberam cerca de 300 mil contribuições de participantes do projeto e “essas janelas para as suas vidas são verdadeiramente extraordinárias”, disse Kim Yutani, diretora de programação do festival, que observou que este é “um grande empreendimento”. E destacou que “este é o 10° aniversário do projeto e é um ano particularmente significativo”.

Sundance também vai apresentar “In the Earth”, filme de terror sobre um vírus rodado em agosto, durante duas semanas, por Ben Wheatley, e o documentário “In the Same Breath”, que explora as tentativas do governo chinês de “transformar o encobrimento da pandemia em Wuhan num triunfo para o Partido Comunista”.

O racismo e a discriminação sofridos pelos negros também estarão no centro dessa edição do festival, marcada por gigantescas manifestações contra a violência policial: “Summer of Soul”, primeiro filme dirigido pelo músico afro-americano Questlove (The Roots), trata do pouco conhecido festival “Black Woodstock”, realizado com sucesso no Harlem em 1969.

Entre as 72 longas-metragens da programação estão “Prisoners of the Ghostland”, um filme com Nicolas Cage que combina ação e o sobrenatural, e “Amy Tan: Unintended Memoir”, obra dirigida por James Redford, filho do lendário ator e co-fundador do festival, Robert Redford. James Redford morreu de cancro em outubro, aos 58 anos.

https://www.sundance.org/

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes