As Galerias Romanas, em Lisboa, podem ser visitadas este fim de semana, mas as inscrições já encerraram.

As Galerias Romanas no subsolo da Baixa de Lisboa, uma “obra brilhante da engenharia” com 2.000 anos e que ainda hoje sustenta prédios na Rua da Prata e arredores, abrem este fim de semana ao público. A entrada faz-se entre as 10h00 e as 19h00 de sexta-feira a domingo, é gratuita, mas exige inscrições que, como sempre, esgotam muito rápido. Ontem à tarde já estavam encerradas, uma vez que apenas são admitidos cerca de três mil visitantes.

As Galerias, descobertas após o terramoto de 1755, foram contruídas no início do século I, provavelmente no tempo do imperador Augusto, e servem hoje o mesmo propósito de então: sustentar de forma firme os edifícios na zona da Rua da Prata e da Rua da Conceição, na Baixa lisboeta.

Por razões de segurança e de conservação, a estrutura abre duas vezes por ano ao público, por ocasião do Dia Internacional de Museus e Sítios, em abril, e pelas Jornadas do Património, no último fim de semana de setembro.

Mas há cerca de mês e meio/dois meses, a Câmara Municipal de Lisboa anunciou no seu perfil do Facebook que as Galerias Romanas na baixa de Lisboa vão passar a estar abertas o ano inteiro. “A abertura das galerias estava limitada a poucos dias por ano, mas passam a estar abertas permanentemente a partir de 2020”. – Era o que dizia a autarquia.

De acordo com Joana Sousa Monteiro, diretora do Museu de Lisboa, este criptopórtico “é uma estrutura muito bem feita, aliás, brilhante do ponto de vista da engenharia, que permitiu criar uma plataforma horizontal e segura num solo altamente instável, lodoso, com água, para que por cima pudesse ter sido construído um grande edifício de uso público, eventualmente uma plataforma para vários edifícios, tal era a sua dimensão nessa época”.

Lisboa, ou Felicitas Iulia Olissipo, como lhe chamaram os romanos, “era uma cidade francamente importante, sobretudo do ponto de vista económico e comercial”.

Quando não estão acessíveis ao público, as Galerias têm cerca de um metro de altura de água limpa proveniente dos lençóis freáticos, e que, no início do século XX, até se pensava que teria propriedades medicinais. A água entra por uma fissura numa das galerias, que terá sido aberta no solo “provavelmente na sequência de um terramoto” e que se dirige para o Tejo, a sul.

Durante estes três dias de abertura das Galerias, de hoje a domingo, o trânsito está cortado na Rua da Conceição, onde se localiza a entrada, que é feita através da abertura de um coletor de esgoto.

http://galeriasromanas.cm-lisboa.pt

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes