Solimán López gere um museu que é um disco externo.

O HardDiskMuseum é um museu que, tal como o nome indica, não existe fisicamente mas num disco externo de 2TB. Fundado pelo artista espanhol, Soliman Lopez, também director do Departamento de Inovação da Escuela Superior de Arte y Tecnología, de Valência, o projecto que tem levado a exposição centenas de artistas, incluíndo dos portugueses Paulo Arraiano e Inês Norton, entre outros, destaca-se pelo seu carácter inovador.

Acessível em harddiskmuseum.com e visitável em space.harddiskmuseum.com, ou usando uns óculos de realidade aumentada num dos seus eventos ao vivo, o museu que expõe actualmente uma instalação sonora, explora constantemente os limites e os objectivos da sua própria existência, procurando sempre inovar nas formas de usar a tecnologia. O projeto é baseado numa reflexão expressa em 2015 num manifesto redigido por Soliman. Ali, o autor reflecte sobre o intangível do digital como uma proximidade cósmica que a humanidade devera valorizar.

Assumindo o conceito de museu e tornando-o virtual, este acaba por perder parte do seu peso simbólico e institucional. Ao mesmo tempo a narrativa de cada exposição ganha mais importância.

Em geral a criação digital que é, por sua vez, intangível consegue estar muito próxima do que se relaciona com o puro mundo das ideias. Na criação digital e no mundo virtual as barreiras são diferentes. Os limites são difusos.

O museu em si é um objecto de arqueologia digital. O Harddiskmuseum é mais do que um simples disco. É um objecto de pensamento que gera a sua própria comunidade… Esta comunidade, como tal, não tem limites nem barreiras. Os limites do próprio armazenamento digital são cada vez mais ilimitados também graças a avanços tecnológicos e por isso o museu nunca deve ter esse problema.

Os trabalhos no Harddiskmuseum são inestimáveis e merecem ser cuidados e preservados.

https://harddiskmuseum.com/

Fonte: Shifter

Liliana Teixeira Lopes