A reestruturação da empresa já levou ao cancelamento de dois filmes que estavam já quase terminados.

A fusão da WarnerMedia com a Discovery Inc. está a levar a uma revolução na produção para cinema e nas plataformas da Warner Bros e da HBO Max. David Zaslav, o novo responsável pela agora designada Warner Bros. Discovery, assumiu a missão de aliviar os três mil milhões de dólares de dívida das várias divisões e tem rejeitado a estratégia da gestão anterior, que em 2021 lançou todos os filmes em simultâneo em sala e na plataforma HBO Max, incluindo “blockbusters” como “Dune- Duna”, “Godzilla vs. Kong” ou “Matrix Revolutions”.

Mas a notícia que surgiu agora apanhou toda a gente de surpresa: apesar de estarem quase terminados, o filme “Batgirl”, com Leslie Grace, e a sequela animada de “Scooby” não vão ser lançados em cinema nem na plataforma HBO Max.

O lançamento em sala de cinema parece ter voltado a ser uma prioridade e tudo indica que “Batgirl” e “Scoob! Holiday Haunt”, com orçamentos médios e pensados para estreia na plataforma HBO Max, foram apanhados no meio das novas decisões.

“Batgirl” é realizado pela dupla Adil El Arbi e Billal Fallah, que assinou o blockbuster “Bad Boys para Sempre” e tinha um orçamento de cerca de 70 milhões de dólares. Já “Scoob! Holiday Haunt” é uma sequela de “Scooby!”, realizada por Bill Haller e Michael Kurinsky, que tinha um orçamente do 40 milhões de dólares e estreia prevista para dezembro de 2022 na HBO Max.

Segundo os analistas, para estes filmes poderem estrear em cinema, os seus orçamentos teriam de ser muito aumentados e seria necessário gastar ainda mais cerca de 80 milhões de dólares em publicidade. O cancelamento tornar-se-ia também atrativo pela possibilidade de uma manobra de contabilidade permitida pela mudança de mãos da empresa e que só poderia ser feita até meados de agosto, e que permitiria que as perdas incorridas pelo cancelamento dos dois projetos não fossem imputadas à atual Warner Bros Discovery.

Os realizadores de “Batgirl” já reagiram e disseram estar “chocados”.

Adil El Arbi e Bilall Fallah, numa publicação no Instagram, disseram: “Como realizadores, é fundamental que o nosso trabalho seja visto pelo público e, embora o filme estivesse longe de estar pronto, desejávamos que fãs de toda gente tivesse oportunidade de ver o produto final”.

Entretanto, a revista Variety citou especialistas da indústria que disseram que “Batgirl” não era deslumbrante o suficiente para um lançamento nos cinemas, com as suas caras exigências de marketing, e, ao mesmo tempo, grande demais para fazer sentido económico no cenário do streaming.

Fonte: SAPO Mag

Liliana Teixeira Lopes