O Festival Internacional de Cinema, marcado para a primavera, vai mostrar quase todo o cinema da realizadora francesa, que morreu em 2020.

Liliana Teixeira Lopes

Depois de uma edição atípica em 2020, realizada em finais de agosto por causa da pandemia da covid-19, o IndieLisboa quer retomar o calendário habitual, com a 18ª edição agendada de 29 de abril e 9 de maio.

A primeira programação anunciada é uma retrospetiva, “plena de revolução e de esperança”, do cinema de Sarah Maldoror, que o IndieLisboa vai exibir com a Cinemateca Portuguesa.

O festival sublinha que esta é uma retrospetiva “quase integral”, porque alguns dos filmes de Sarah Maldoror “permanecem ainda por localizar”.

Sarah Maldoror “deixou um legado de filmes que refletem as questões que atravessaram toda a sua vida e pensamento: das guerras coloniais ao movimento da negritude, passando pelos retratos de artistas que influenciaram a sua criação”, sustenta o festival, em comunicado.

Filha de pai antilhano e mãe francesa, Sarah Ducados nasceu em 1929 em França e morreu a 13 de abril de 2020, aos 90 anos. Maldoror foi o apelido que escolheu enquanto artista, em homenagem ao poeta surrealista Lautréamont, autor dos “Cantos de Maldoror”.

A carreira de Sarah Maldoror começou pelo teatro, tendo fundado, em 1956, a companhia Les Griots, pioneira por incluir atores africanos e afro-caribenhos, por ter dado a conhecer artistas e escritores negros.

O primeiro filme de Sarah Maldoror, a curta-metragem “Monangambé”, data de 1959, e é uma adaptação do conto “O Fato Completo de Lucas Matesso”, do escritor angolano José Luandino Vieira.

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