O Rock, como habitualmente, também está em destaque nesta secção.

Liliana Teixeira Lopes

O Festival IndieLisboa começou na quinta-feira e decorre até 7 de maio, com centenas de filmes a preencherem a programação de um dos maiores festivais de cinema independente de Portugal.

Este ano o IndieLisboa, no seu 20º aniversário, volta a ocupar o cinema São Jorge, a Culturgest, a Cinemateca Portuguesa e o Cinema Ideal, juntando-lhe ainda o Cinema Fernando Lopes – uma sala de cinema que existe na Universidade Lusófona – e a piscina da Penha de França, onde haverá três sessões em que os espectadores poderão estar dentro de água a ver cinema.

A secção IndieMusic é uma das “joias da coroa” do festival, é o destaque deste PIPOCA TIME – e surge este ano particularmente apelativa. Dois eixos principais acabaram por predominar na programação: o “hip hop” e, como sempre, o rock’n’roll.

Carlos Ramos, um dos programadores, diz que esta ideia de virar as atenções para o “hip hop” veio de uma comemoração, ainda que com uma data longe de ser consensual, a dos 50 anos do género – que teria começado com uma festa ocorrida em Nova Iorque em 1973.

Assim, foi dada carta branca a Sam the Kid, que escolheu três filmes – um a propósito de A Tribe Called Quest, outro com Chris Rock, de 1993, e uma espécie de “mockumentary” sobre o estilo (“CB4”) e “Scratch” – que trata, obviamente, de técnica popularizada pelos DJs e que está na base do “hip hop”.

Já para fãs de rock’n’roll, no IndieMusic este ano há King Crimson, Can, Little Richard e o imperdível “Squaring the Circle (The Story Hipgnosis)”, de Anton Corbijn , sobre a famosa dupla de “designers” que criou algumas das capas mais incontornáveis da história do “rock”. Uma delas, aliás, completa 50 anos – o famoso “prisma” de “Dark Side of the Moon”, dos Pink Floyd.

Outro destaque é o filme em duas partes sobre uma das mais importantes bandas do cenário “indie rock” português, os Clã (“Na Sombra”, I e II), para além da habitual incursão pela música africana – segundo Carlos Ramos, sempre um dos pontos altos da secção.

“Le Mali 70” foca um grupo de alemães admiradores das “big bands” do Mali dos anos 60 e 70 que decidiu fazer uma viagem de descoberta pelo país à procura dos velhos músicos de uma cena musical que desapareceu nos anos 80.

De notar que estas “big bands” tocavam um pouco por toda a parte no país, sendo apoiadas por mecenas e pelo Estado no imediato contexto da libertação da França e como um exemplo de afirmação cultural.

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