A pandemia tem feito o músico pensar em formas diferentes de fazer os seus concertos chegarem a mais gente.

Jean-Michel Jarre também vai ter o seu Metaverso. A pandemia fez o lendário músico pensar na forma como se fazem os espetáculos, de como chegar a novas audiências que não podem assistir aos concertos ao vivo.

Lembro que no final de outubro Mark Zuckerberg assumia o nome da empresa que fundou e que iria tornar-se a maior rede social do mundo. Meta é o novo nome do Facebook, a empresa-mãe das diversas redes sociais do grupo (Instagram e WhatsApp). E Meta é um diminutivo de Metaverso, aquele que se diz ser o quebrar da quarta barreira entre o real e o virtual, o próximo passo evolutivo na comunicação e relação entre as pessoas.

O conceito até pode ser conotado como filosófico, mas o facto é que Mark Zuckerberg apenas extrapolou um conceito que está a ser trabalhado há anos por diferentes players, como o passo seguinte na realidade virtual. As pessoas deambulam entre o mundo real e virtual, onde este segundo começa a tomar o lugar do trabalho e ensino, mas também nas relações sociais online.

Ao longo da sua carreira, o Jean-Michel Jarre vendeu milhões de unidades de cada álbum lançado, batendo recordes sucessivos de audiência para os seus espetáculos, sendo listado frequentemente no livro do Guinness.

Para Jean-Michel Jarre, a pandemia ajudou a mudar a forma como se consomem os concertos e mostrou aos artistas diferentes caminhos para se manterem ativos e conectados ao seu público. Há quem faça concertos ao vivo transmitidos no YouTube, Twitch ou Facebook, mas Jean-Michel Jarre viu na realidade virtual aquela que pode ser a sua nova “casa”.

A tecnologia de Avatares será aplicada ao próprio músico, que terá uma “personificação” de si a viver neste novo mundo virtual. Jean-Michel Jarre diz que o seu metaverso será um “work in progress”.

Tal como outros avatares, estes têm comportamentos únicos, mostrando as suas individualidades durante as conversações e interações. Essa individualidade estará presente na projeção virtual de Jean-Michel Jarre para interagir com a sua audiência.

Para Jean-Michel Jarre, esta nova viragem é como se fosse o renascimento da sua carreira. Defende que a tecnologia de realidade virtual permite-lhes regressar à maneira natural de ouvir música. E o que o deixa excitado, é que deixa de ter de lidar com as afinações, dos ajustes dos canais da esquerda ou direita, mas sim dos elementos de 360º naturais. “Vai ser um game changer para os compositores musicais, pois vai criar uma nova geração de músicos, compositores e técnicos”.

Fonte: SAPO Tek

Liliana Teixeira Lopes