Esta lei provocou uma onda de protestos e de ameaças de boicote por parte de Hollywood.

A Justiça americana bloqueou lei antiaborto na Geórgia que revoltou Hollywood. Este estado é o principal local de rodagem de, por exemplo, os filmes da Marvel o a série “The Walking Dead” e é conhecido como “Hollywood do Sul”. Os estúdios ameaçavam sair se a lei entrasse em vigor.

Assim, um tribunal federal dos Estados Unidos acabou por bloquear, no passado dia 1 de outubro, a aplicação de uma lei muito restritiva ao aborto no estado da Geórgia. Essa lei, adotada no início de maio por aquele estado entraria em vigor a 1 de janeiro de 2020.

A intenção era proibir o aborto assim que fosse detetado o batimento cardíaco do feto, por volta das seis semanas de gestação, época em que muitas mulheres nem sequer sabem que estão grávidas.

O juiz Steve Jones decidiu suspender esta medida enquanto aguarda uma decisão substantiva, argumentando que ela não se pode sobrepor a um veredito do Supremo Tribunal dos Estados Unidos.

Em 1973, o Supremo legalizou o direito das mulheres de abortar até que o feto seja viável, por volta da 24ª semana de gravidez.

Desde o início do ano, vários estados conservadores do sul e centro dos Estados Unidos lançaram uma vasta ofensiva contra o direito ao aborto, adotando leis comparáveis às da Geórgia.

Os tribunais invalidaram várias, do Missouri, Arkansas, Kentucky ou Mississipi.

Encorajados pela entrada no Supremo Tribunal de juízes conservadores nomeados por Donald Trump, os opositores ao aborto pretendem aumentar o número de apelos, com a esperança de que ele reverta a sua jurisprudência de 1973, conhecida pelo caso Roe contra Wade.

Vários gigantes do entretenimento, incluindo Disney, Netflix e Warner Studios, ameaçaram boicotar a Geórgia se essa lei entrar em vigor. A atriz Alyssa Milano chegou mesmo a pedir uma greve sexual.

Fonte: SAPO Mag

Liliana Teixeira Lopes