Foi a própria editora que que anunciou o fecho da loja e do site no final deste mês.
A editora Livros Cotovia, que reuniu, no seu catálogo, autores como Agostinho da Silva e Frederico Lourenço, assim como clássicos latinos e gregos, encerra o site e a loja no final deste mês “para sempre”.
Numa mensagem partilhada na tarde de ontem, segunda-feira, 2 de novembro, na página oficial da editora na rede social Facebook, lê-se que “este é o último mês da Cotovia”. “Aproveite para nos visitar em www.livroscotovia.pt. No final de novembro fechamos o site e a loja – para sempre. Se procura um livro que lhe disseram estar esgotado, por favor escreva-nos (livroscotoviageral@gmail.com), pois vamos disponibilizar a reserva da editora”, refere a Livros Cotovia.
Já no final de agosto, a Livros Cotovia tinha anunciado que 2020 seria o último ano em que marcaria presença na Feira do Livro de Lisboa, visto que iria fechar “até ao final do ano”.
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A editora Livros Cotovia foi fundada em 1988, por André Fernandes Jorge (1945-2016), com seu irmão, o poeta João Miguel Fernandes Jorge, que abandonou o projeto editorial pouco tempo depois.
Ao longo de mais de 30 anos, a editora ultrapassou os 700 títulos, de 350 autores, “todos eles relevantes”, para “um público leitor que sabe o que quer”, como escreve no seu ‘site’, e todos eles detentores de uma identidade própria, marcada, na sua maioria, pela imagem gráfica original, desenhada pelo cineasta João Botelho.
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Os portugueses A.M. Pires Cabral, Teresa Veiga, Daniel Jonas, Luís Quintais, Paulo José Miranda, Jacinto Lucas Pires, Eduarda Dionísio, Luísa Costa Gomes constam do catálogo da Cotovia, assim como o angolano Ruy Duarte de Carvalho e os brasileiros André Sant’Anna, Bernardo Carvalho, Carlito Azevedo e Marcelo Mirisola, entre muitos outros autores de língua portuguesa dos dois lados do Atlântico.
Martin Amis, Virginia Wolf, Roberto Calasso, Doris Lessing e Natalia Ginzburg estão entre os autores traduzidos ao longo dos anos pela Cotovia, assim como John Milton, Robert Louis Stevenson e Arthur Schnitzler.
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Após a morte do fundador, em 2016, a direção editorial dos Livros Cotovia ficou entregue a Fernanda Mira Barros, que fazia parte da equipa há mais de 20 anos.
Aquando do anúncio do fecho, no final de agosto, o lamento pela perda da editora multiplicou-se.
Ao longo dos meses de confinamento, o setor livreiro foi um dos mais afetados pelas medidas de contenção destinadas a travar a propagação do novo coronavírus, com o encerramento de livrarias por todo o país, e a paralisação do mercado editorial.
http://www.livroscotovia.pt
Fonte: Lusa
Liliana Teixeira Lopes