Os lojistas não percebem porque não foi definido também que as grandes superfícies não poderiam vender CD e Vinis.

As lojas de música criticaram na quarta-feira critérios definidos pelo Governo que permitem a grandes superfícies como a FNAC continuarem a vender CD e vinis, durante o novo confinamento.

O proprietário da loja Lucky Lux, em Coimbra, Rui Ferreira, soube por amigos que a Fnac continuava a vender CD e vinil durante o confinamento, e decidiu deslocar-se à loja de Coimbra, onde entrou na terça-feira.

Contou à agência Lusa que “a secção dos livros tinha uma separação que não permitia ter acesso e, no caso dos discos, o acesso era livre”. Diz que ficou vários minutos a ver CD e vinis – ninguém o questionou – e depois pegou num CD e num vinil, foi até à caixa, pagou e saiu.

Rui Ferreira ficou surpreendido com esta exceção e salienta que quer um esclarecimento sobre o porquê de isto poder acontecer em confinamento, quando tem de ter a sua loja fechada.

O Governo decidiu primeiro suspender as atividades de comércio, com exceção dos estabelecimentos que disponibilizam bens de primeira necessidade, permitindo a manutenção de atividade de lojas como a FNAC ou a Worten por venderem, entre outros bens, equipamentos informáticos e eletrónicos.

Mais tarde, foi lançado um despacho que define o que é que as superfícies comerciais que disponibilizam bens de primeira necessidade podem vender, sendo este documento omisso relativamente a CD ou vinis.

Estando superfícies como a FNAC abertas por venderem bens como computadores e outros produtos de primeira necessidade, o despacho proíbe que sejam comercializados, durante o confinamento, produtos como mobiliário, jogos e brinquedos ou livros, mas em momento algum fala de música.

A agência Lusa questionou a FNAC sobre a situação, que apenas referiu que está a cumprir “as indicações dadas pelo Governo e respetiva legislação, mantendo as suas lojas abertas para comercializar produtos e serviços considerados essenciais, vedando o acesso aos artigos enumerados pelo Governo”.

A agência Lusa pediu também vários esclarecimentos ao Ministério da Cultura e ao Ministério da Economia sobre o que é ou não permitido vender nas grandes superfícies, mas sem resposta até ao momento, continuando a aguardar.

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes