A Associação e Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos divulgou na quarta-feira um manifesto pela cultura.

O mercado dos espetáculos registou uma quebra de 87% entre janeiro e outubro deste ano, face a 2019, segundo manifesto da APEFE – Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos, que promove durante a manhã de sábado, no Campo Pequeno, em Lisboa um protesto do setor.

No “Manifesto pela Sobrevivência da Cultura em Portugal”, divulgado quarta-feira, a APEFE alerta para o impacto do “agravamento das medidas nas últimas semanas (anunciadas pelo Governo para tentar conter a pandemia da covid-19) e a sua continuidade, ou até um eventual novo confinamento social”, admitindo que “não será difícil que esta quebra possa atingir os 90% até ao final do ano”.

Para a associação, “é chegado o momento de os decisores políticos dizerem o que querem para Portugal, no que respeita à Cultura e às manifestações artísticas enquanto fatores capitais e determinantes para a vida de cada indivíduo e enquanto fatores de coesão e de progresso da sociedade e dos cidadãos”.

No manifesto, a APEFE elenca uma série de questões, às quais considera que é “preciso, clara e inequivocamente responder”: “Fechamos auditórios, salas de espetáculos, teatros? Vale a pena manter as galerias e promover exposições? Para que serve afinal um centro cultural ou um teatro? E os festivais de cinema e as salas de exibição de filmes? O que dizer das livrarias? Acabamos com os festivais e com os concertos? E o que dizer de toda a cadeia de valor associada às atividades artísticas e culturais? E os cruzamentos com os outros setores da Economia?”.

Recordando que “o setor privado da Cultura é responsável por mais de 80% das receitas de bilheteira, (que) é quem mais investe e cria públicos e (…) se substitui ao Estado na oferta cultural”, a APEFE alerta: “Os promotores, as salas, as empresas de audiovisuais e equipamentos para espetáculos, os artistas, os autores, os agentes, os produtores, os técnicos, e profissionais dos espetáculos estão sem chão”.

De modo a evitar, entre outros, “o aumento dos desempregados (sabendo que nem todos terão acesso a este apoio do Estado), as falências e as insolvências das empresas, e os danos irreparáveis para a saúde mental de toda a sociedade, se esta atividade for interrompida”, a APEFE exige “um apoio a fundo perdido da ‘Bazuca Europeia’ correspondente a 20% da quebra de faturação das empresas e a 40% no rendimento de artistas, técnicos e profissionais dos espetáculos, vulgo ‘intermitentes’, valor este a ser pago em duodécimos, de janeiro a dezembro de 2021”.

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Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes