A crítica de arte e poetisa quer ceder cerca de 200 obras ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa.

A crítica de arte e poetisa Maria João Fernandes pretende ceder uma coleção com cerca de 200 obras de arte, reunidas ao longo de 40 anos, ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, para que seja divulgada e salvaguardada.

Membro da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, ensaísta e poetisa, sob o pseudónimo Joana Lapa, tem atualmente em exposição cerca de 130 peças da coleção no Centro Cultural de Cascais, no distrito de Lisboa, onde pode ser vista até 3 de janeiro, numa mostra intitulada “Sonhos do Dia e da Noite”.

Contactada pela agência Lusa sobre a coleção, Maria João Fernandes disse que tem a intenção de a ceder a um espaço cultural público, tendo feito já propostas a várias entidades, nomeadamente autarquias, e ao Ministério da Cultura, apesar do projeto, do qual pretende contrapartidas para publicação da obra escrita, ainda não estar formalizado.

A cedência da coleção para uma entidade cultural pública “é um projeto antigo, e preferencialmente destinada ao Museu do Chiado, porque é dele a missão de salvaguardar e divulgar a arte contemporânea portuguesa”, precisou, acrescentando que teve recentemente uma reunião com assessores do Ministério da Cultura, para falar sobre esta intenção.

Maria João Fernandes sublinhou que o acervo possui “obras únicas”, nomeadamente o primeiro trabalho da série “O Rosto e os Frutos”, da pintora Graça Morais, e um conjunto significativo de obras do artista plástico Cruzeiro Seixas.

Ana Hatherly, Carlos Calvet, Carlos Carreiro, Carmo Pólvora, Chichorro, Cristina Valadas, Dorindo Carvalho, Melo e Castro, Eduardo Nery, Emerenciano, Emília Nadal, Francisco Simões, Guilherme Parente, Gracinda Candeias, João Vieira, Manuel Cargaleiro, Manuel Viana, Mário Dionísio, Moniz Pereira, Noronha da Costa e Rocha Pinto são alguns dos artistas representados na coleção.

A vontade de divulgar a arte portuguesa começou com a inspiração da vida e obra do bisavô, o arquiteto Francisco Augusto da Silva Rocha, que considera ter realizado “o trabalho mais significativo da Arte Nova portuguesa”, desencadeando uma paixão que a levou a colecionar a iconografia, nomeadamente em postais e partituras.

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes