Estes são alguns dos momentos altos do Festival de Cinema de Terror que começa hoje.

A 16ª edição do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa começa hoje e decorre até 12 de setembro e no Cinema São Jorge faz uma viagem geográfica e temporal pela “melhor cinematografia de terror”, como explica a organização em comunicado, com um grande destaque à produção nacional e no seu cruzamento com outras expressões artísticas, e alarga-se ainda a mais espaços da cidade, como o Teatro São Luiz, o Convento São Pedro de Alcântara e o Museu de Lisboa – Palácio Pimenta.

Um dos destaques é a estreia nacional de “Final Cut”, do realizador francês Michel Hazanavicius. Entre o terror e a comédia, trata-se de um remake de “One Cut of Dead” (um filme japonês de 2017), protagonizado por Romain Duris e Bérénice Bejo, onde uma equipa em rodagem de um filme low budget sobre zombies é atacada por zombies reais.

Conta com a estreia de “Dark Glasses”, de Dario Argento, que o reúne novamente com a filha Asia e que recupera as marcas autorais do seu legado. Em estreia nacional exclusiva no MOTELX, é o grande regresso do realizador de “Suspiria” às salas de cinema.

Comprometido a mostrar uma vista panorâmica sobre a produção mundial em doses de terror bem servidas, o Festival tem também algumas das longas-metragens que equilibram a geografia do programa: “Holy Spider”, de Ali Abbasi; “Huesera”, de Michelle Garza Cervera; “Hunt”, de Lee Jung-jae, ou “Wolfskin”, de Jacques Molitor. À seleção oficial juntam-se os portugueses “Criança Lobo”, de Frederico Serra, um folk horror com estreia mundial na 16ª edição do MOTELX, sobre uma lenda numa assustadora aldeia portuguesa, e ainda “Os Demónios do Meu Avô”, de Nuno Beato, a primeira longa-metragem de animação stop motion feita em Portugal.

Outro dos momentos altos deste ano é o lançamento do livro “O Quarto Perdido do MOTELX – Os Filmes do Terror Português (1911-2006)”, um registo inédito, com o carimbo do MOTELX, sobre a cinematografia de terror lusitana

 Nesse seguimento, na secção Quarto Perdido, celebra-se Paulo Branco, o maior produtor de cinema português, com três filmes listados no livro que ainda não foram exibidos no Festival e de que foi responsável: “O Convento” (1995), de Manoel de Oliveira, “O Fascínio” (2003), de José Fonseca e Costa, e “Coisa Ruim” (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra.

 Nesta edição do MOTELX acontece ainda um dia especial FILMar – projeto operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa e pelo fundo europeu EEA Grants, que tem como objetivo restaurar e digitalizar cinema relacionado com o mar -, em torno da temática “Terror e Mar”, com retrospetivas e debates.

Mas até 12 de setembro, o MOTELX tem ainda muito mais por desvendar.

https://www.motelx.org/

Liliana Teixeira Lopes