A importância da música no cérebro parece não ter fim e a ciência explica.

A música tem uma alta componente emocional na nossa vida, que está relacionado até ao modo como os nossos pais falam connosco quando somos bebés e que perdura mesmo quando uma doença degenerativa nos ataca.

Não sabemos ainda muito bem o porquê, mas a música é uma das poucas armas que os terapeutas têm para lidar com o avanço do Alzheimer, a forma mais comum de demência nos idosos.

Mas a ciência explica isto.

De acordo com a psicóloga Lucía Amoruso, pesquisadora da Universidade de Buenos Aires na Argentina, que investiga aspetos do comportamento e da música: “a música tem a capacidade dupla de criar e de recuperar memórias dentro do cérebro humano”.

E acrescenta: “Quando as pessoas sofrem de demência senil ou Alzheimer, em muitos casos, a música é a única chave que lhes resta para desbloquear essas memórias”.

O cérebro está programado de forma a que, quando crescemos, sempre que ouvimos uma melodia, o nosso cérebro em vez de ativar uma área ou região, ativa várias.

Robert Zatorre, músico, psicólogo e fundador do Centro de Pesquisa do Cérebro, Música e Som, no Canadá, explica que “a primeira coisa que ocorre no cérebro quando ouvimos música é que o nosso centro de prazer é ativado e liberta dopamina, que é basicamente um neurotransmissor que nos deixa felizes”.

Normalmente, as músicas que memorizamos ficam no lobo frontal, onde está localizada nossa “discoteca” mental.

“No entanto, apesar de parecer que a música simplesmente nos dá prazer e a guardamos na memória, a verdade é que muitas coisas mais acontecem nas nossas cabeças”, diz Zatorre.

Para começar, o cérebro compara a melodia que se está a ouvir com aquela que está gravada na nossa cabeça, o que nos permite reconhecer uma música simplesmente ouvindo as primeiras notas. “E um outro processo que ocorre é que o cérebro deve separar a música do ruído externo. Esse procedimento também é bastante complexo, porque devemos iniciar vários processos cognitivos”, explica mais uma vez Zatorre.

Por outro lado, há também o elemento emocional. Não só uma música pode fazer parte de um momento específico, como uma viagem inesquecível, ou o momento em que nos apaixonamos por alguém, como o artista que a interpreta ou a letra da canção também desempenham um papel importante.

Para Zatorre, além deste processo, com a música, também existe um fenómeno associado à repetição. Quando gostamos muito de uma música repetimo-la vezes sem conta.

Fonte: R7

Liliana Teixeira Lopes