“A vida vai engolir-vos” e “Aurora Negra” são os espetáculos que abrem a próxima temporada da sala de espetáculos lisboeta.

“A vida vai engolir-vos”, um espetáculo “invulgar” em partes e em “maratona”, e “Aurora Negra”, sobre a invisibilidade dos corpos negros na sociedade portuguesa, são os espetáculos que abrem a próxima temporada do Teatro Nacional D. Maria II.

São dois espetáculos que “assinalam dois eixos fundamentais de toda a temporada”, afirmou o diretor artístico do D. Maria, Tiago Rodrigues, numa entrevista à agência Lusa em que apresentou os principais destaques da programação para 2020/2021, que este ano começa mais cedo, logo no dia 1 de setembro com “A vida vai engolir-vos”.

É um espetáculo “particularmente ambicioso para este tempo”, uma encenação de quatro das mais importantes peças de Tchekhov – “A Gaivota”, “O Tio Vânia”, “Três Irmãs” e “O Ginjal” – pela mão de Tónan Quito, que “vai criar uma maratona”.

O que esta peça propõe ao público é passar uma boa parte do dia ou numa sala de teatro ou em duas, porque é um espetáculo dividido em duas partes, em que todos os começos das quatro peças de Tchekhov acontecem no Teatro São Luiz e todos os finais dessas mesmas peças acontecem no D. Maria.

A primeira parte vai estrear-se no Teatro Municipal São Luiz e no dia seguinte é apresentada a segunda parte no Teatro Nacional D. Maria II, e assim sucessivamente até sábado, dia em que acontecerá uma maratona que começa às 19h00 no São Luís e acaba noite dentro, às 5h00 da manhã no D. Maria e que permite ao público viver 10 horas de espetáculo.

O outro espetáculo que abre a temporada “aponta também uma das outras linhas fundamentais” do Teatro Nacional D. Maria II, que é “a nova escrita”, ou seja, o teatro não apenas como o sítio onde se descobrem no palco os grandes textos, mas também o lugar “onde se vai escrever os textos que poderão ser património cultural no futuro”.

É o caso de “Aurora Negra”, de Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Iracema (espetáculo que ganhou a segunda edição da bolsa Amélia Rey Colaço), que aborda a invisibilidade dos corpos negros na sociedade portuguesa e especificamente da mulher negra, não apenas na cultura e nos palcos, mas em toda a sociedade portuguesa.

Um dos espetáculos internacionais previstos para a temporada anterior e que foi reagendado para março foi “Bajazet”, de Frank Castorf, “uma espécie de coroa da programação internacional do próximo ano, que é muito diversa e que apresenta muitos artistas internacionais”, destaca Tiago Rodrigues.

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Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes