“A Exposição Invisível”, sobre expressões artísticas do século XX destaca-se na programação da Culturgest para área das artes visuais.

Com curadoria de Delfim Sardo, “A Exposição Invisível” analisa o uso do som no contexto das artes visuais, desde primeiras manifestações a desenvolvimentos mais recentes, através de obras de autores como Kurt Schwitters, Raoul Hausmann, Filippo Tommaso Marinetti e Luigi Russolo.

Parte do ângulo desta “A Exposição Invisível” é o desafio lançado a artistas que vêm de outros campos, nomeadamente das artes visuais, para que apresentassem obras sonoras que investigassem em muitos casos as mais profundas dinâmicas da memória sendo a palavra, por isso mesmo, um dos recursos mais usados.

O uso da voz no trabalho de Joseph Beuys, Joan Jonas e Vito Acconci, e explorações de Jimmie Durham, Bruce Nauman, Juan Muñoz e Michael Snow (que esteve na Culturgest, em 2018, para apresentar “O Som da Neve”) são outras propostas, a que se juntam criações de artistas como a brasileira Maria Thereza Alves e os portugueses Luísa Cunha, Pedro Tudela e Julião Sarmento, reunindo peças que vão de instalações sonoras de maior impacto, “a peças mais intimistas, para serem ouvidas com auscultadores”, como se lê na apresentação.

“A Exposição Invisível” pode, de facto, confrontar os visitantes com espaços esvaziados de objetos que normalmente se esperam patentes noutro tipo de mostras, como quadros, esculturas, instalações multimédia, etc, mas não deixa de desafiar a imaginação, através de um labirinto de sons diversos, musicais, naturais, sintéticos, processados, alterados ou não.

“A Exposição Invisível” está patente na Culturgest, em Lisboa até 10 de janeiro e dá continuidade a projetos desenvolvidos por Delfim Sardo, em 2006, em Espanha e Israel, sobre instalações sonoras.

https://www.culturgest.pt/pt/programacao/exposicao-invisivel-20/

Liliana Teixeira Lopes