Vários artistas, entre os quais rappers, estão solidários com o artista catalão e já corre uma petição de apoio com mais de mil subscritores.

Vários rappers portugueses (e não só) expressaram a sua solidariedade para com o espanhol Pablo Hasél, alertando que os artistas se devem unir para defender a liberdade de todos.

O rapper Pablo Hasél, detido na terça-feira na Universidade de Lérida, tornou-se um símbolo da liberdade de expressão em Espanha, depois de ter sido condenado por tweets em que insultava as forças de ordem espanholas e atacava a monarquia.

Foi lançada uma petição que já reúne mais de mil assinaturas de rappers como Capicua, Valete e NBC e outros artistas como Lena d’Água, Sérgio Godinho, Vhils ou Bordalo II.

A portuguesa Capicua expressou, através das redes sociais, toda a sua solidariedade para com Hasél “e com todos os outros rappers espanhóis (são cerca de 15), como Valtònyc (exilado há uns anos para não ser preso), que, por criticar o estado espanhol e sua monarquia, têm sido alvo de perseguição e condenação”.

“Prender alguém por ‘tweets’ e rimas em pleno 2021 é inaceitável. Temos de estar vigilantes e espalhar a mensagem! Podia ser qualquer um de nós!”, escreveu a rapper.

Por seu lado, NBC, também nas redes sociais, mostrou-se surpreendido por, em 2021, ver “um poeta, escritor, a ser preso por dar a sua opinião numa música sobre o que ele acha do poder instituído em Espanha”.

O criador de “Afro-Disíaco” acrescentou: “Todos os sistemas devem ser colocados em causa, nenhum sistema deve ficar impune desse escrutínio, mas se em 2021 assobiamos para o lado quando um artista é preso por contestar alguma coisa, então batemos no fundo. Se batemos no fundo, paz à nossa alma”.

Enquanto Bispo publicou, no Instagram, uma mensagem a dizer que “A voz de uns é a voz de todos”, acompanhada da “#freepablohasel”, o rapper Estraca recordou, no Facebook, quando em 2018, numa escola secundária, lhe desligaram o microfone: “Em seguida entram quatro agentes da PSP com a abordagem de que tinham sido chamados e que eu não podia estar a cantar aquelas coisas dentro daquele espaço e logo de seguida me convidaram a abandonar o recinto”.

Já Valete partilhou, no Instagram, uma notícia da detenção de Hasél com uma só palavra: “Franquismo”. Em declarações à TSF, lembrou que Portugal tem probabilidade de passar por situações idênticas no futuro próximo com o surgimento de partidos de extrema-direita que poderão fazer coligações para governos.

Ontem, pela terceira noite consecutiva, os protestos saíram às ruas nalgumas cidades de Espanha em defesa de Pablo Hasél, onde houve confrontos com a polícia.

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Fonte: Lusa / TSF

Liliana Teixeira Lopes