Está programado para o final de 2024 mas já há bilhetes à venda.

O Fyre, o festival que se revelou um desastre, vai voltar e já há bilhetes. O festival tornou-se histórico pelo fracasso enorme que foi. A prometida experiência luxuosa, que custou milhares de euros a quem comprou bilhetes, afinal tinha péssimas condições, e o criador foi mesmo preso por fraude.

No entanto, e apesar da má reputação, o Fyre está oficialmente de volta. Num vídeo divulgado nas redes sociais, o fundador do festival, Billy McFarland, afirmou entusiasticamente que os primeiros passos foram dados para a organização do evento, com alguns bilhetes já à venda.

McFarland, que esteve preso durante quatro anos por fraude associada ao festival, explicou que começou a pensar no regresso do Fyre quando passou um período em confinamento solitário, na prisão. Noutra publicação lançada recentemente, o fundador continuou ainda a ignorar todos os problemas anteriores com o certame, mantendo a convicção que o Fyre é um dos eventos “mais falados do mundo”.

Os primeiros 100 bilhetes foram postos à venda com um custo de 499 dólares (cerca de 459 euros), mas os restantes ingressos devem custar entre 736 euros e 7371 euros.

@pyrtbilly

FYRE Festival 2 is LIVE! 🔗 in bio

♬ original sound – Billy McFarland

McFarland está convicto de que a segunda edição do Fyre Festival será um sucesso e decidiu manter o evento nas Caraíbas. Billy McFarland disse estar a apontar o Fyre 2 para o final do próximo ano, prometendo um maior compromisso empresarial num vídeo com declarações falaciosas sobre a primeira edição.

Para quem não se lembra, no final de 2016, McFarland e o rapper Ja Rule lançaram a ideia para o Fyre Festival, um festival de música luxuoso cujo propósito era promover a aplicação Fyre, que seria usada para promotores e agentes musicais. Várias estrelas e ‘influencers’ juntaram-se ao festival e à divulgação do evento.

O festival teria lugar na ilha de Exuma, nas Bahamas, entre o final de abril e o início de maio de 2017.

No entanto, na primeira semana, os festivaleiros, que pagaram milhares de euros para marcar presença no excêntrico e exclusivo evento, depararam-se com tendas usadas em desastres ambientais e humanitários e sandes empacotadas, e não com os palacetes e as refeições glamorosas que tinham sido prometidas. As malas tinham sido enviadas para um parque de estacionamento e o alojamento estava ensopado pela chuva.

Mas o escândalo não ficou por aqui, já que muitas empresas não foram pagas por McFarland, que foi condenado a seis anos de prisão por fraude em outubro de 2018 (cumprindo quatro). O Fyre gerou ainda prejuízos na ordem dos 26 milhões de euros.

Foram lançados vários documentários sobre o festival, como o documentário da Netflix intitulado “Fyre: The Greatest Party That Never Happened”, ou “Fyre Fraud”, da Hulu.

Fonte: Lusa

Liliana Teixeira Lopes