É pelo menos o que vaticinam alguns especialistas para um futuro, mais ou menos, próximo.

A televisão tradicional vai morrer com a sua audiência. Foi o que alertaram vários especialistas, que garantiram que os jovens preferem formas interativas de entretenimento, como o metaverso – uma coleção solta de mundos virtuais, plataformas de jogos e outras formas de media interativas, incluindo nomes como Minecraft, Roblox e Meta Platforms.

Frederic Cavazza, cofundador da “Sysk”, empresa francesa especializada em transformação digital, garantiu que os jovens evoluíram de espectadores passivos de televisão para atores ativos nos media interativos. “Trocaram as telas pelos smartphones”, explicou, acrescentando que se as operadoras não se adaptarem “os canais de TV vão morrer com o seu público”.

As pessoas mais velhas tendem a ser mais apegadas à transmissão de televisão, com pessoas de meia-idade a partir para serviços de streaming como Netflix e Disney +. Mas a audiência da rede de televisão entre os menores de 35 anos caiu para metade na última década e deve cair ainda mais à medida que o metaverso continuar a desenvolver-se.

Metade de todas as crianças, entre os 9 a 12 anos nos Estados Unidos, usam Roblox pelo menos uma vez por semana, de acordo com a empresa de pesquisa de media “Dubit”, uma plataforma onde fazem de tudo: desde sair com os amigos, jogar ativamente ou até assistir a espetáculos. O público pode ser enorme para esses grandes eventos – 33 milhões de pessoas assistiram ao rapper Lil Nas X a apresentar-se no Roblox em 2020, mais de três vezes o número de espectadores dos Grammys, por exemplo.

Matthew Warneford, cofundador da Dubit, empresa que produz jogos para plataformas de metaverso, garantiu que as emissoras devem escolher se vão ficar num mercado cada vez menor de programação de TV tradicional ou começar a trazer os seus personagens e marcas para plataformas de metaverso. “Significa trazer as pessoas para um mundo, tornando-as parte da história, jogar ao lado dos seus amigos – da mesma forma que a Disneylândia permite estar no seu mundo com o Mickey Mouse”, referiu.

Apesar do metaverso ainda ser relativamente novo, e apesar de sua presença crescente, as empresas de TV ainda têm tempo para se adaptar. No entanto, vão enfrentar grandes desafios para atender a idosos casados em transmissões tradicionais passivas, assim como jovens que desejam interagir.

Até agora, as empresas de TV foram isoladas da disrupção tecnológica porque a sua receita de publicidade não foi afetada, ao contrário de jornais e revistas. Isso pode mudar “mais rápido do que as pessoas imaginam”, disse Warneford, pois as marcas poderão usar o metaverso para se promover diretamente – o que já acontece nos vídeos do TikTok.

Fonte: SAPO Tek

Liliana Teixeira Lopes